Cientistas britânicos descobriram um fluxo de micro-ondas provenientes de sistemas estelares distantes na Via Láctea. Segundo o novo estudo elaborado por pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, o brilho identificado, que até então era um mistério para os astrônomos, pode estar sendo causado por uma espécie de “nuvens de diamantes”.
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A pesquisa recente, que tem como intuito explicar o fluxo fraco de micro-ondas que cercam as estrelas distantes, revelou que a luz emitida é proveniente de cristais minúsculos de carbono, formando as “ nuvens de diamantes ”. Esses cristais conhecidos como nanodiamantes podem ser encontrados dentro de nuvens de poeira e gás que circundam estrelas recém-formadas.
Entenda como emissão de micro-ondas forma as “nuvens de diamantes”
O brilho causado pela emissão anômala em micro-ondas (AME) foi detectado pela primeira vez quando astrônomos realizaram medições da radiação no espaço na virada do século XXI.
"Usando um método meio Sherlock Holmes e eliminando todas as outras causas, pode-se dizer que a condição capaz de produzir esse brilho das é a presença de nanodiamantes em torno dessas estrelas recém-formadas", assegurou a autora do estudo, Jane Greaves ao Daily Mail .
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Greaves explicou que a luz vem da energia liberada pelas nanopartículas em rápida rotação, que são pedaços de matéria tão pequenos que desafiam a visualização em microscópios comuns. O disco protoplanetário, que contém uma série de moléculas orgânicas e é onde os planetas começam a se formar, é o responsável por criar condições favoráveis para o desenvolvimento de nanodiamentas, que tamém podem ser achados em meteoritos.
"Finalmente, após 20 anos, a fonte do enigma foi desvendada. Essa é a primeira análise e 'prova' nítida da emissão de micro-ondas anômala vinda de discos protoplanetários", afirmou a cientista.
Vale mencionar que, para o registro e o estudo de três estrelas jovens, a equipe usou o Telescópio Robert C. Byrd Green Bank e o Telescópio Compacto da Austrália, que detectaram a luz infravermelha vinda dos discos protoplanetários que cercam as esferas de plasma.
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"Esta é uma resolução inesperada de todo o mistério que envolve a radiação anômala de micro-ondas e as ' nuvens de diamantes' . É muito importante como tal descoberta pode evidenciar os discos protoplanetários e mostrar as características químicas dos primeiros sistemas solares, incluindo o nosso", concluiu.