A União Europeia (UE) informou estar dividida em relação à decisão de excluir o Reino Unido do novo sistema europeu de navegação por satélite, o Galileo. De acordo com informações do The Guardian , alguns países membros se tornaram simpatizantes da causa britânica devido ao tratamento dado à questão por funcionários da UE.
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A comissão decidiu, no ano passado, excluir a Grã-Bretanha e suas empresas de um trabalho futuro em torno do projeto de satélite Galileo , sem aviso prévio. Contudo, a decisão voltou a ser pautada nesta quinta-feira (24), após o próprio jornal ter acesso a um documento oficial do governo britânico sobre as negociações em Bruxelas.
Violação do relatório conjunto e satélite Galileo
No documento, o Reino Unido expõe que bloquear as empresas britânicas do projeto ira fazer com que os custos aumentem em cerca de 1 bilhão de euros (algo em torno de R$ 4 bilhões), ameaçando, assim, a segurança de "ambos os lados".
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Além disso, o país ressaltou que a ação barraria o envolvimento britânico ao longo do período de transição, o que representa “uma violação do relatório conjunto acordado entre a Comissão Europeia e o Reino Unido em dezembro”.
O governo de Theresa May se mostrou incomodado com as questões levantadas e, principalmente, com a alegação da Comissão de que o Reino Unido seria um “país de terceiro mundo” após deixar a União Europeia.
Desse modo, conforme a agência de notícias Reuters , a primeira-ministra Theresa May pediu uma alternativa britânica ao projeto Galileo no início de maio, em resposta a uma disputa sobre as tentativas da União Europeia de restringir o acesso do Reino Unido a dados confidenciais após o Brexit.
Anteriormente, o chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, também discutiu o assunto com o seu homólogo francês, com preocupações manifestadas pela Espanha, Suécia, Holanda e países bálticos.
Vale mencionar que o Galileo é a resposta da União Europeia ao sistema de posicionamento global (GPS) criado e monitorado pelos Estados Unidos. O sistema, terá usos civis e militares e deve ser concluído até 2020. Agora, um sistema britânico de navegação por satélite que compete com o projeto da UE poderá entrar em operação em quatro a cinco anos e custará cerca de 3 bilhões de libras.
Por enquanto, negociadores do Brexit alertam que o sistema pode conter riscos significativos para a economia e segurança europeias, especialmente se a UE não propuser um acordo sobre leis de partilha de dados após da saída do Reino Unido do bloco por causa da Brexit.
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Diante das incertezas da negociação acerca de Galileo , as autoridades britânicas em Bruxelas defenderam, nesta quinta-feira, que “o fluxo contínuo, ininterrupto e seguro de dados pessoais entre a UE e o Reino Unido é vital para todos os parceiros”.