Cavernas subterrâneas no local de testes nucleares da Coreia do Norte sucumbiram
Reprodução/Google Earth
Cavernas subterrâneas no local de testes nucleares da Coreia do Norte sucumbiram

Por meio do estudo de imagens de satélite, cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, descobriram que a Coreia do Norte está produzindo armas nucleares tão poderosas que, em um de seus últimos testes, foi capaz de mover uma montanha de lugar.

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A explosão, que aconteceu em setembro de 2017 no local de testes nucleares do estado conhecido como "Punggye-ri", foi registrada por sensores sísmicos, que comprovaram efeitos como terremotos de magnitudes 6,3 e 4,1 na escala Richter.  A equipe afirmou que a força da explosão na Coreia do Norte foi de 120 a 304 quilotons – medida usada para a quantificação da energia liberada em explosões–, ou seja, dez vezes mais potente do que a bomba lançada em Nagasaki.

Imagens revelaram que a montanha se deslocou cerca de 3,5 metros para o sul e ainda encolheu 0,5 metros de comprimento. Especialistas também identificaram sinais de que a enorme explosão pode ter causado um colapso no labirinto subterrâneo, o que deixou a montanha extremamente instável e propícia para o desencadeamento de uma catástrofe ambiental.  

As poderosas armas da Coreia do Norte

Publicado na  Revista Science , o estudo realizado por uma equipe de nove cientistas que utilizaram dados de radar gerados pelos satélites TerraSAR-X  e ALOS-2, de origens alemã e japonesa, respectivamente. 

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As informações foram incorporadas em estudos anteriores a fim de evidenciar o “antes e depois” do relevo do Monte Montap por meio de um método conhecido como ‘radar de abertura sintética’, que mapeia a superfície terrestre mesmo em condições climáticas desfavoráveis.

Vale mencionar que desde que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares em 1996, nove testes nucleares foram realizados. Seis deles foram pela Coreia do Norte, sendo cinco executados em Punggye-ri.

Segundo o jornal South China Morning Post , depois da realização do teste no ano passado, especulações começaram a surgir, apontando a “síndrome da montanha cansada”, que busca explicitar os efeitos causados por essas explosões, que para alguns cientistas têm enfraquecido as rochas e aumentado a possibilidade de liberação de gás radioativo para a atmosfera.

Além disso,  o governante norte-coreano Kim Jong-un anunciou o desmantelamento da área de testes nucleares no início deste ano devido aos deslizamentos de terra e aos frequentes terremotos que ocorreram após anos de explosões nucleares.  

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Com vários túneis entrando e saindo da cúpula, a Coreia do Norte estima reduzir a quantidade de lixo nuclear presente em Punggye-ri por meio do uso de explosivos para selar as entradas dos três túneis que foram perfurados na montanha ou pelo uso de areia e cal para enterrar a área de testes. Os pesquisadores ainda estudam o que tais ações podem causar no local. 

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