Stephen Hawking e o professor Thomas Hertog desenvolveram estudo que busca evidenciar universos paralelos e finitos
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Stephen Hawking e o professor Thomas Hertog desenvolveram estudo que busca evidenciar universos paralelos e finitos

De acordo com a última teoria do cientista Stephen Hawking, o espaço pode ser composto por múltiplos universos. O trabalho, concluído apenas algumas semanas antes da morte do físico britânico, em março deste ano, mostra um quadro mais simples dos últimos 13,8 bilhões de anos do que o apresentado por diferentes teorias que se popularizaram ao longo da história. Inclusive, busca explicar um paradoxo científico criado pelo britânico e um colega cientista na década de 1980, quando propuseram uma nova explicação para o início do Universo.

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Publicado na quarta-feira (2) no  Journal of High Energy Physics , o último trabalho de Stephen Hawking , ainda inédito, é o resultado de uma colaboração de 20 anos com Thomas Hertog, um físico belga da Universidade Católica de Leuven.  “Eu sempre tive a impressão de que ele nunca quis desistir e, de certa forma, esse era Hawking. Nunca foi dito entre nós que este seria o último artigo. Eu, pessoalmente, senti que esta poderia ser a conclusão da nossa jornada, mas eu nunca disse isso a ele”, contou Hertog  ao  The Guardian .

Os universos paralelos de Stephen Hawking

A física moderna tem algumas teorias acerca do surgimento do Universo. Uma das principais é que teria se originado por meio de uma explosão cósmica chamada Big Bang , responsável por criar corpos infinitos que estão espalhados pelo espaço. Com a teoria, acredita-se que, uma vez ocorrida a inflação, há regiões que nunca pararam de crescer e que, devido aos efeitos quânticos, isso seja um ciclo sem fim.

Seguindo essa linha de raciocínio e segundo o comunicado do European Research Council (ERC), a parte observável do universo é uma porção mínima onde o processo terminou e onde estrelas e galáxias se formaram. Neste novo projeto, porém, Hawking e Hertog desafiam essa visão. 

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“A teoria usual da inflação eterna prevê que nosso universo é como um fractal infinito com um mosaico de diferentes e pequenos universos separados por oceanos que crescem. Acredito que as leis da física e da química podem ser diferentes de um universo para outro, e, juntos, formam um multiverso. Mas, se a escala dos diferentes universos no multiverso é grande ou infinita, a teoria não pode ser testada”, explicou Hawking em uma entrevista no ano passado.

Em vez de o espaço ser preenchido com ‘universos de bolso’, onde as leis da física são radicalmente diferentes, esses universos alternativos podem, na verdade, não apresentar variações tão gritantes uns dos outros. Para os cientistas, esse é o principal elemento que expõe os erros da teoria da inflação finita.

“O problema habitual dessa teoria é que ela pressupõe a existência de um universo de fundo que evolui de acordo com a teoria geral da relatividade de Einstein e trata os efeitos quânticos como pequenas flutuações ao seu redor. Porém, a dinâmica da inflação eterna elimina a separação entre a física quântica e a clássica”, explicou Hertog.

Vale mencionar que esta nova teoria leva um pouco do trabalho que Hawking e o físico americano James Hartle publicaram na década de 1980, além de atualizar as técnicas matemáticas modernas e mais poderosas usadas na teoria das cordas, em que a realidade é descrita pelas interações de objetos unidimensionais conhecidos como cadeias cósmicas.

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Para Thomas Hertog, o estudo feito com Stephen Hawking é um pequeno passo em direção a uma teoria de nossas origens cósmicas. Se o universo evoluiu conforme prevê a teoria, pode ter deixado uma assinatura reveladora nas ondas gravitacionais, ou no chamado fundo de micro-ondas cósmico. "Não fizemos isso por um prazer platônico, embora tenha sido divertido. Estou esperançoso sobre as futuras descobertas e os possíveis usos de nossa teoria”, concluiu.

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