O interstício já era conhecido pela comunidade científica, porém, só agora foi
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O interstício já era conhecido pela comunidade científica, porém, só agora foi "promovido" a um órgão do corpo humano


Um novo órgão do corpo humano, chamado “interstício”, foi descoberto por um grupo de cientistas norte-americanos. De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica Scientific Reports , ele se espalha por todo o organismo: nos vasos sanguíneos, músculos, pulmões e tecidos que revestem o aparelho digestivo.

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Durante muitas décadas, ele foi classificado como apenas um “tecido conectivo”, até que cientistas da Universidade de Nova York e do Centro Médico Mount Sinais Beth Israel decidiram estudar o órgão , que nunca antes tinha sido examinado, com métodos apropriados para identificar sua complexidade.

Uma nova técnica de endomicroscopia a laser foi o que possibilitou a observação da verdadeira natureza do interstício. A tecnologia consiste em observar tecidos vivos dentro do corpo, e empregada em pacientes com câncer – que foram submetidos a cirurgias de remoção de ductos biliares e pâncreas – fez com que toda a complexidade da estrutura pudesse ser identificada.

O interstício funciona como uma espécie de “amortecedor”: localizado em todas as partes do corpo humano que podem ser submetidas a pressões e movimentos contínuos, ele faz com estes tecidos não se rompam.

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A importância do novo órgão

Os responsáveis pela descoberta acreditam que os exames utilizados para a análise do órgão não eram apropriados
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Os responsáveis pela descoberta acreditam que os exames utilizados para a análise do órgão não eram apropriados

O interstício reúne aproximadamente 20% dos fluidos do corpo humano, e, por isso, é um de nossos maiores órgãos. “Essa descoberta tem o potencial de determinar grandes progressos da medicina, incluindo a possibilidade de usar amostras do fluídos intersticial como um poderoso instrumento de diagnóstico”, detalhou o professor da Universidade de Nova York Neil Theise.

Essa nova parte do corpo poderá ser usada em estudos sobre o câncer, porque, segundo os cientistas, ela forma uma espécie de "caminho" para os fluidos se moverem pelo organismo, e dessa forma, suas células podem ter o efeito colateral de facilitar a difusão do câncer para outros órgãos.

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A descoberta também pode impulsionar pesquisas sobre a esclerose e a fibrose, por exemplo. Isso porque as células do órgão  e as fibras de colágeno, responsáveis por sustentá-lo, passam por muitas modificações ao longo dos anos, o que contribui para o endurecimento de articulações, o avanço de doenças inflamatórias e a formação de rugas.

*Com informações da Agência Ansa

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