Torre de crânios descoberta gera dúvidas sobre rituais de sacrifício dos astecas

Arqueólogos encontraram mais de 650 crânios, inclusive de crianças, em antigo templo dedicado ao deus da guerra e do Sol; descoberta é descoberta

Estrutura da torre tem seis metros de diâmetro e estava no canto da capela de Huitzilopochtli, o deus asteca do sol e da guerra
Foto: Reprodução/Wikipedia
Estrutura da torre tem seis metros de diâmetro e estava no canto da capela de Huitzilopochtli, o deus asteca do sol e da guerra

Uma torre de crânios humanos encontrada no coração da Cidade do México levantou diversas questões sobre a cultura do sacrifício humano no Império Asteca, uma vez que a ossada de crianças e mulheres também está presente entre os restos escavados pela equipe de cientistas. As informações são do "The Guardian".

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Os arqueólogos acharam mais de 650 crânios em meio ao limo, além de milhares de fragmentos de objetos na enorme torre, nas proximidades do "Templo Mayor", um dos principais templos da capital asteca , Tenochtitlan, que mais tarde acabou se tornando a Cidade do México.

De acordo com os cientistas, é possível que a torre seja parte de Tzompantli , que funcionava como uma espécie de altar dos crânios de pessoas sacrificadas, expostos em paliçadas de madeira no centro da cidade, em homenagem aos deuses. Tal rito gerou terror nos espanhóis quando chegaram na região, a fim de conquistá-la, sob comando de Hernan Cortes.

Historiadores relatam como as centenas de cabeças dos guerreiros capturados eram colocados como adornos em Tzompantli, um ritual comum em diversas culturas mesoamericanas anteriores aos espanhóis. 

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Mas, as escavações arqueológicas na parte antiga da capital mexicana, que teve início em 2015, sugerem que ainda há muito para se ver (e se saber) sobre tais costumes e tais culturas. "Nós esperávamos [encontrar] apenas homens, obviamente jovens, como todo soldado deveria ser; e o fato de [terem] mulheres e criançasnos leva a pensar que eles não estariam indo para a guerra”, diz o antropólogo físico, Rodrigo Bolanos, que investiga as recentes descobertas.

“Está acontecendo algo que não tínhamos registrado anteriormente, e isso é realmente novo”, completou o cientista.

Para Raul Barrera, um dos arqueólogos que trabalham no sítio da Catedral Metropolitana, construída acima do Templo Mayor , não há dúvidas de que a torre é um dos edifícios mencionados pelo soldado espanhol Andres de Tapia, que acompanhou a Corte europeia em 1521 na conquista do território do México. 

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Ele ainda afirma que a estrutura da torre tem aproximadamente seis metros de diâmetro e estava no canto da capela de Huitzilopochtli , o deus asteca do sol e da guerra. O que não é surpreendente, pois os astecas e outros povos mesoamericanos realizavam rituais de sacrifício humano como oferenda ao sol. A base da torre ainda não foi encontrada.