A agência espacial americana, Nasa , anunciou a descoberta de 219 candidatos a novos planetas. Dez dos novos astros têm tamanhos similares à da Terra e orbitam a uma distância considerada 'habitável' de suas estrelas, que é quando a temperatura do planeta teoricamente permite a existência de água em estado líquido.
De acordo com os pesquisadores responsáveis pela descoberta, alcançada através das lentes do telescópio espacial Kepler, o catálogo de candidatos a novos exoplanetas (planetas fora do nosso Sistema Solar) anunciado nesta segunda-feira (19) consiste no mais detalhado já divulgado pela Nasa . Esse foi o relatório final de um estudo de quatro anos de observação da constelação Cygnus (Cisne).
Com a divulgação dos possíveis novos planetas, a relação completa de astros nessa categoria já conta com 4.034 candidatos identificados pelo telescópio Kepler. Destes, 2.335 estão fora nosso Sistema Solar e 50 deles preenchem os quesitos primários para abrigar vida – sendo que 30 deles foram confirmados.
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Duas 'famílias' de planetas
As descobertas listadas no relatório final do estudo na constelação Cisne devem trazer nova luz à busca por vida fora da Terra. De acordo com os pesquisadores, foram identificados dois grupos distintos de planetas: os rochosos, como a Terra, e os gasosos, como Netuno. Isso mostra que cerca de metade dos astros conhecidos não possuem superfície, mas sim uma pesada atmosfera – que não sugere a capacidade de abrigar vida.
"Gostamos de pensar que esse estudo de classificar planetas se dá do mesmo modo que biólogos identificam novas espécies de animais", destacou Benjamin Fulton, professor da University of Hawaii in Manoa, e autor de um dos estudos baseados nas descobertas do Kepler. "Determinar dois grupos distintos de exoplanetas é como verificar de que maneira mamíferos e répteis pertencem a árvores genealógicas distintas", adicionou.
Para garantir que nenhum planeta passou despercebido pela pesquisa, a equipe de cientistas introduziu suas próprias simulações de sinais de trânsito planetários no banco de dados para verificar se tudo o que foi identificado era de fato planetas. A partir disso, foram adicionadas informações que aparentavam serem sinais de planetas, mas que na verdade eram sinais falsos. Esse trabalho apontou quais tipos de planetas eram desprezados pelos equipamentos e possibilitou os ajustes necessários.
"Os dados colhidos pelo Kepler são únicos pois apenas este estudo lista a população desses astros análogos à Terra", explicou o cientista Mario Perez, um dos responsáveis pela jornada do telescópio Kepler. "Entender a frequência desses astros na galáxia irá ajudar a planejar futuras missões espaciais da Nasa para captar imagens de uma 'outra Terra'", explicou.
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