Os marcianos já podem realizar o "sonho da casa própria". Parece brincadeira, mas essa afirmação tem um tanto de verdade. Isso porque os cientistas acabaram de descobrir uma técnica para a construção do chamado 'tijolo marciano', uns tijolos feitos à base do solo de Marte. A descoberta foi divulgada na última semana pela revista Scientific Reports .
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Desenvolvida pelos cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, a técnica de construção do tijolo marciano baseia-se na compactação do solo marciano a uma elevada pressão, não sendo necessário o uso de fornos ou calor externo para a compressão do material.
A pesquisa, financiada pela Nasa, ganhou ainda mais relevância depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, promulgou, no mês passado, ato do Congresso determinando que a agência espacial americana envie uma missão tripulada para o planeta em 2033.
"As pessoas que forem para Marte serão incrivelmente corajosas, pioneiras, e eu ficaria honrado em ser seu fabricante de tijolos", diz Yu Qiao, professor de engenharia estrutural na universidade e líder do estudo.
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Segundo o Daily Mail
, até mesmo na temperatura ambiente, o solo encontrado em Marte, quando comprimido, é capaz de formar um tijolo mais resistente que o concreto reforçado com aço.
Casinha de brinquedo própria
O único problema do estudo, segundo os pesquisadores, é que o tijolo construído com o solo de Marte, inicialmente, seria bastante pequeno, o que dificultaria na construção de grandes residências. A compactação do solo resultaria em um disco de cerca de 2,5 centímetros de altura, que poderia ser cortado em formato de tijolos – minúsculos.
A ideia dos cientistas é que, para construir uma estrutura em Marte, astronautas usem o material em um tipo de construção em camadas, como na impressão 3D. Com esse método, eles compactariam uma camada de solo em cima da outra e conseguiriam formar grandes estruturas no planeta.
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A próxima etapa do estudo será a construção de um tijolo marciano maior e a realização de testes de resistência com grandes estruturas. Um outro impasse a ser resolvido é a presença de perclorato, um sal tóxico a humanos, no solo de Marte, que poderia tornar o uso destes tijolos inviável.