Parece óbvio: se trouxermos de volta à vida animais extintos, a biodiversidade será cada vez maior, certo? Não de acordo com um novo estudo da Universidade do Canadá. Artigo afirma que reintroduzir essas espécies pode provocar a perda de até três vezes o número de animais já existentes.
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De acordo com John Bennet, responsável pela pesquisa, analisou os custos e benefícios de trazer de volta à vida animais extintos . Ele descobriu que o investimento que seria feito para atingir esse avanço prejudicaria o orçamento destinado à conservação de espécies essenciais aos ecossistemas atuais.
O estudo fez a relação custo-benefício considerando o que a Nova Zelândia e Nova Gales do Sul, na Austrália, podem gastar e quanto o processo de reversão da extinção sugaria da preservação de espécies ameaçadas.
Como os custos de conservação seriam maiores que os ganhos, Bennet alega que “dificilmente a reversão da extinção poderia ser justificada como uma forma de conservar a biodiversidade”.
Pesquisadores descobriram que a reintrodução de espécies extintas recentemente em seus antigos habitats poderia melhorar a biodiversidade local. Entretanto, se o governo financiasse a conservação das 11 espécies extintas na Nova Zelândia, o cuidado de 31 espécies já existentes seria sacrificado.
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Já em Nova Gales do Sul, o investimento que seria feito para a reintrodução de cinco espécies extintas poderia ser realocado para a manutenção de 42 animais que já fazem parte do ecossistema local.
Por mais que a reversão da extinção ainda esteja longe de se tornar real, a comunidade científica está tentando chegar lá. Essa nova pesquisa, entretanto, sugere que só por que é possível, não significa que deve ser feito.
Bennet reforça que, quando o momento chegar, é necessário pensar bem se vale mais a pena investir na reversão da extinção ou focar em espécies já existentes. Outra consideração importante será quais animais “reviver” e em que ambiente realocá-los.
Mamute
Recentemente, o pesquisador George Church afirmou que sua equipe está há poucos anos de gerar artificialmente um elefante modificado geneticamente para ter características de mamute. A notícia foi recebida com ceticismo pela comunidade científica.
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O antropologista John Hawks vocalizou sua opinião através do Twitter. “Se Church conseguir fazer um útero artificial do tamanho de um elefante, eu acho que ninguém vai se importar se o filhote resultante é cabeludo”, escreveu. “Em segundo lugar, células de elefante editadas para adicionar genes de mamute estão longe de ser um mamute. Você não vai fazer um mamute a partir disso”, completou.
Os mamutes viveram na última Era do Gelo e foram extintos há cinco mil anos. O objetivo de Church é reinserir o animal em seu habitat natural, na Sibéria, com a esperança de apresentar uma nova possibilidade aos elefantes asiáticos.