Cratera com um quilômetro de comprimento e 85 metros de profundidade aumenta entre 10 e 30 metros a cada ano
Reprodução/The Sun
Cratera com um quilômetro de comprimento e 85 metros de profundidade aumenta entre 10 e 30 metros a cada ano

Uma erosão gigantesca na Sibéria pode ser um portal para mundo de 200 mil anos atrás. Conhecida como “boca do inferno”, a cratera Batgaika está surgindo entre a paisagem local conforme o pergelissolo derrete e se torna uma mistura de água e gás metano.

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A nova cratera revela as mudanças climáticas pelas quais a região passou, carcaças animais enterradas há muito tempo e florestas petrificadas, de acordo com o “The Sun”. O buraco de um quilômetro de largura e mais de 85 metros de profundidade aumenta entre 10 e 30 metros a cada ano, conforme o gelo derrete.

Pesquisa publicada recentemente afirma que, apesar da grande liberação de gases de efeito estufa decorrente da erosão, as camadas estratificadas na parede do buraco apresentam informações importantes quanto ao histórico climático do ecossistema.

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Preservadas entre o pergelissolo estão camadas de pólen, revelando que um dia a tundra já cobriu o local. Além disso, dois aglomerados de tocos de árvores sugerem que a área abrigava uma floresta densa. Entre as carcaças encontradas estão mamutes, bois-almiscarados e até um cavalo de mais de quatro mil anos atrás.

Todos os fatores combinados formam um panorama das mudanças climáticas graduais ao longo de dezenas de milhares de anos. Os pesquisadores esperam que esse panorama os ajude a prever o que está por vir nas próximas décadas.

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De acordo com o professor da Universidade de Sussex, especialista na ciência do pergelissolo, Julian Murton, a última vez que a Sibéria foi palco do surgimento de “bocas do inferno” foi há dez mil anos, quando a última Era do Gelo chegou ao fim.

“Essa cratera deve ter se formado quando o pergelissolo derreteu durante um episódio anterior de aquecimento climático”, supõe Murton. Naquela época, a presença de gases de efeito estufa na atmosfera eram muito mais baixos do que hoje em dia. Atualmente, a saturação é de 400 por milhão de CO2. Naqueles tempos era 280 partes por milhão.

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