
Pelo menos quatro pessoas foram presas, nesta quinta-feira (30), sendo uma delas, segundo a polícia, uma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), em ação que mirou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e à facção criminosa.
Por meio do 1º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) de Campinas, a Polícia Militar de São Paulo, a Operação Off White, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Agentes foram às ruas cumprir nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu.
Foi determinado o bloqueio e sequestro de 12 imóveis de alto padrão e o congelamento de valores em instituições bancárias.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) enviadas ao Portal iG, durante o cumprimento de um mandado, um criminoso entrou em confronto com policiais militares e morreu baleado.
Um sargento do BAEP também foi atingido, está hospitalizado e fora de perigo.
Também foram apreendidos nas diligências mais de R$ 300 mil em espécie, quatro armamentos e maquinários para embalar drogas.
Quem é Diabo Loiro
Entre os detidos, está Eduardo Magrini, conhecido como Diabo Loiro, que, segundo a Polícia Civil, é uma das lideranças do PCC.
Nas redes sociais, Magrini se define como produtor rural e influenciador digital. Ele ainda informa que atua na compra e venda de veículos.
Cavalos, veículos de luxo e viagens são constantes nas postagens.
Em seu perfil, há diversas imagens de haras e transporte de gado, além de registros fotográficos de viagens internacionais e em rodeios.
No entanto, as autoridades policiais afirmam que ele é suspeito de ter participação direta em ataques contra as forças de segurança do estado em 2006, quando a capital e cidades do interior sofreram ataques do PCC.
Membros da facção fizeram rebeliões simultâneas e atentados coordenados.
O suspeito também possui passagens criminais por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documento falso.
De acordo com as investigações, o grupo do qual ele faz parte, formado por traficantes, empresários, agiotas e influenciadores, movimentava grandes quantias de dinheiro obtidas com o tráfico, misturando os valores ilícitos a recursos provenientes de atividades empresariais legais para dificultar o rastreamento.
As investigações
Conforme a SSP informou ao iG, as apurações começaram a partir de provas reunidas nas Operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, que revelaram conexões entre traficantes conhecidos, integrantes de uma facção criminosa e empresários de diferentes setores.
Segundo o Gaeco, os investigados atuavam há anos na acumulação e dissimulação de patrimônio oriundo do crime.
Posteriormente, promotores e policiais identificaram que o grupo realizou diversas transações imobiliárias e financeiras para esconder os verdadeiros beneficiários e a origem ilícita dos bens.
Agora, segundo a polícia, as investigações continuam para identificar outros envolvidos e rastrear novas ramificações do esquema.