MASP durante manifestação
Gabriel Barros / Portal iG
MASP durante manifestação

O assalto no Museu do Louvre em Paris  levou joias de valor inestimável e chocou o mundo. O crime, que caberia em um roteiro de cinema, provoca curiosidade. Mas e se fosse no Brasil, no museu mais icônico de São Paulo?

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) teve duas obras roubadas ao longo da história. Na madrugada do dia 20 de dezembro de 2007, dois homens encapuzados invadiram o prédio modernista na Avenida Paulista e, em apenas três minutos, levaram duas das obras mais valiosas do acervo: O Lavrador de Café (1939), de Candido Portinari, e Retrato de Suzanne Bloch (1904), de Pablo Picasso. O caso mobilizou a Polícia Federal, Interpol e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os assaltantes entraram no MASP, arrombando uma entrada lateral com um macaco hidráulico e saíram pela porta da frente com as obras enroladas sem disparar alarmes. Na época, o sistema de monitoramento era antigo e não conseguia filmar os bandidos no escuro. Os guardas estavam todos no subsolo, deixando o salão principal livre para o ato.

A repercussão foi imediata. A direção do MASP divulgou nota conjunta com o Iphan lamentando o ocorrido e destacando que as obras pertenciam ao patrimônio nacional. A Interpol emitiu alerta internacional, e o Brasil passou a integrar uma força-tarefa de rastreamento.

Pouco depois, em 8 de janeiro de 2008, as telas foram recuperadas no município de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, escondidas em uma casa. Segundo a Polícia Civil, o roubo havia sido encomendado por colecionadores particulares, mas o valor de mercado das peças e a atenção internacional tornaram impossível qualquer tentativa de venda.

Obras do século XIII no MASP
Gabriel Barros / Portal iG
Obras do século XIII no MASP


O que aconteceu depois do roubo

Os ladrões fizeram outras duas tentativas de roubar o MASP antes dessa, mas não obtiveram sucesso na empreitada. Os quatro apontados na participação do assalto foram condenados em janeiro de 2009, mas o caso foi anulado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) meses depois.

Depois do susto, o MASP reequipou seu sistema de segurança. 96 novas câmeras inteligentes foram instaladas, com zoom, infravermelho e uma tecnologia que identificava movimentos suspeitos e a proximidade dos visitantes com as obras. 

Em nota enviada ao Portal iG, o MASP disse que ''opera com os mais rigorosos padrões de segurança internacionais'' e que investe continuamente em ''tecnologias e em treinamento da equipe para garantir a proteção de nosso acervo e a segurança de nossos visitantes."

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