Ex-delegado morto em SP: Justiça decreta prisão de 4º suspeito

Além do homem, a polícia também prendeu mais cedo uma mulher de 25 anos, que teria buscado uma das armas usadas no crime

Quarto suspeito pela execução de ex-delegado tem prisão decretada
Foto: reprodução/Polícia Civil
Quarto suspeito pela execução de ex-delegado tem prisão decretada


A Justiça de São Paulo decretou, nesta quinta-feira (18), a prisão temporária de Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, apontado como o quarto suspeito de participar do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, no litoral paulista.

O nome dele foi incluído na lista de procurados do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o documento judicial, Luiz Antônio teria ordenado que Dahesly Oliveira Pires - presa durante a madrugada - fosse até a Baixada Santista buscar um dos fuzis usados na execução. Ela disse, em depoimento, ter recebido pagamento via Pix para realizar o transporte, valor transferido de uma conta em nome de uma criança de 10 anos, filho dele.

A decisão foi assinada pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, da Comarca de Praia Grande, que considerou a prisão necessária para evitar fugas e seguir com a investigação. A medida tem prazo inicial de 30 dias.

Além dos dois, a polícia procura Felipe Avelino da Silva, conhecido como "Masquerano", e Flávio Henrique Ferreira de Souza, já identificados como suspeitos de envolvimento.

Os quatro nomes foram divulgados pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que declarou não ter dúvidas sobre a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no crime.

"Isso é um fato. A motivação é que ainda está em aberto. A dúvida é se a execução foi motivada pelo combate ao crime organizado durante a carreira do delegado ou pela atuação atual dele como secretário em Praia Grande", disse.

Segundo Derrite, os suspeitos foram identificados por meio de material genético encontrado em um dos veículos abandonados após o ataque. Apesar disso, a polícia ainda não definiu qual foi a função de cada um no crime.

A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, reforçou que o número exato de envolvidos ainda é investigado.

"Sobre quantas pessoas participaram, diretamente vocês viram nas imagens. Indiretamente, só com o avanço das apurações, como no caso da mulher que já foi presa após retirar a arma do local", explicou.

Na coletiva de imprensa, as autoridades explicaram que há duas linhas de investigação. Uma delas aponta que Fontes teria sido morto a mando do PCC, em represália a sua trajetória de enfrentamento à facção, que já o havia ameaçado de morte. A outra considera que o crime possa ter ligação com disputas locais relacionadas ao cargo de secretário de Assuntos de Segurança Pública em Praia Grande.


Até o momento, as defesas de Luiz Antônio, Dahesly, Felipe e Flávio não foram localizadas pela reportagem. O espaço para manifestações segue aberto.