Policial que matou jovem com 11 tiros nas costas é preso em SP

Policial está em prisão preventiva, punição inicial mais rigorosa para policiais militares suspeitos de crime

Policial, em dez meses de serviço, teve diversas falhas disciplinares
Foto: Câmeras de segurança / Reprodução
Policial, em dez meses de serviço, teve diversas falhas disciplinares


O policial responsável por matar um homem jovem com 11 tiros nas costas em São Paulo,  Vinicius de Lima Britto , foi preso preventivamente. A ação aconteceu nesta quinta-feira e cumpriu a decisão de prisão de acordo com investigação do Ministério Público.

O soldado tornou-se réu por homicídio qualificado por matar um jovem de 26 anos com 11 tiros nas costas em Jardim Prudência, na capital paulista. Ele passou por audiência de custódia e foi levado para o Presídio da Polícia Militar Romão Gomes durante a sexta-feira (6). 

“Excedeu em muito os limites”

O policial seguirá preso preventivamente. Esse é o ato mais radical dentro da polícia, para casos mais sérios, quando nenhuma outra punição inicial parece ideal. Existe o medo que ele ameasse testemunhas do caso (o policial alegou legítima defesa, mas ele era a única pessoa armada, e testemunhas falaram disso.)

A juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro , responsável por emitir o mandado de prisão, disse que "as circunstâncias da infração, em especial diante da quantidade de disparos efetuada em via pública, são indicativas da periculosidade do agente".


Ela completou, ainda, que mesmo se tratando de crime, a atitude do policial “excedeu em muito os limites de sua atividade, em flagrante deturpação da finalidade da Polícia Militar ".

Rodolfo Justino Morais justificou o pedido de prisão: “Em apenas dez meses de atividade policial, já esteve envolvido em outras três mortes em circunstâncias semelhantes, o que demonstra sua alta periculosidade e o risco concreto que sua liberdade representa para a sociedade".

Para o promotor, Britto “demonstra total desvirtuamento da função pública que exerce".

O crime

Britto matou Gabriel Renan da Silva Soares , 26 anos, com 11 tiros pelas costas, enquanto estava à paisana. Para começar, nenhum protocolo policial inclui, em legalização, tiro pelas costas em qualquer suspeito. 

O jovem roubara quatro pacotes de sabão e saiu correndo, mas escorregou e caiu. Do caixa, o policiou sacou a arma e atirou no homem que tentava se levantar. Imagens mostram que ele estava desarmado. 

O crime foi na avenida Cupecê, bastante movimentada, o que foi considerado durante a denúncia. Para os juízes, ele agrediu "sumariamente a vítima sem que houvesse qualquer ameaça ou risco à sua integridade física ou de terceiros" e inclusive poderia ter atingindo um motoqueiro próximo à vítima. 

"Imperioso ressaltar que para prática do delito doloso contra a vida, o denunciado efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa", diz a denúncia. "Indicando, portanto, dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito por ele intentado."