Pressionado, Nunes consegue “demitir” apenas 1 das empresas suspeitas de ligação com PCC

Um dos grandes assuntos de debates durante eleições para prefeitura, empresas de ônibus supostamente ligadas ao PCC estão sob ameaça de cassação de contrato

Operação em empresas de ônibus de SP suspeitas de lavar dinheiro para o PCC
Foto: Reprodução/Receita Federal
Operação em empresas de ônibus de SP suspeitas de lavar dinheiro para o PCC


Durante a campanha da reeleição, Ricardo Nunes foi pressionado de diversos lados pelo suposto envolvimento de duas empresas de transporte contratadas pela prefeitura, Transwolff e UPBus, com o PCC . Em uma movimentação que começou há cerca de 10 dias, o prefeito aparentemente romperá contrato com uma delas.

Desde agosto, as empresas passam por auditoria externa . Em 31 de outubro, a prefeitura iniciou um prazo de 15 dias para empresas defenderem irregularidades encontradas. As descobertas da empresa Transwolff, porém, parecem bastante preocupantes.

Investigação de empresas de ônibus com PCC

Em momento algum Ricardo Nunes admitiu que as empresas contratadas pela prefeitura possam ter ligação com o PCC . O assunto, porém, veio a tona diversas vezes nos debates das eleições 2024. Oponente de Nunes no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL) chegou a publicar:

“Essas empresas receberam da prefeitura na gestão Ricardo Nunes R$ 800 milhões e uma ainda pegou a concessão do transporte aquático na Billings sem licitação. O prefeito deve explicações ao povo de São Paulo. Esse absurdo não pode ficar sem investigação”.

As acusações vêm de uma investigação no Ministério Público , que desde abril procura indícios de envolvimento das empresas de transporte com o PCC , principalmente ligado a lavagem de dinheiro de crimes como tráfico e roubo. 

“Demissão” de empresas 

Embora Nunes não comente sobre possível ligação com PCC, prefeitura trabalha para rompimento de contratos. Nesta quinta-feira (7), Nunes disse: “A prefeitura não vai permitir que uma empresa sem condições financeiras continue operando e colocando em risco o pagamento de seus funcionários e fornecedores, não haverá nenhum funcionário sem pagamento de salário.”

Porém, de acordo com o UOL, apenas a Transwolff tornou-se passível de quebra de contrato. As investigações descobriram diversas irregularidades administrativas na empresa que possibilitaria um rompimento a partir de um processo de caducidade (que deve começar em dezembro).

Não foram encontradas, porém, irregularidades administrativas na UPBus. Portanto, não há meios para pedir a caducidade do contrato entre eles. Caso não sejam encontradas evidências administrativas, a alternativa da prefeitura é esperar motivos criminais comprovados para terminar o contrato com a empresa.