Mais de 537 mil clientes da Grande São Paulo continuam sem energia elétrica após a forte tempestade que atingiu a região na última sexta-feira (11). De acordo com a Enel em boletim divulgado na manhã desta segunda-feira (14), 354 mil residências na capital estão sem fornecimento de energia.
Além da capital, os municípios de Cotia (36,9 mil clientes), Taboão da Serra (32,7 mil) e São Bernardo do Campo (28,1 mil) também estão enfrentando apagões. A companhia informou que, até o momento, 1,5 milhão de unidades já tiveram a energia restabelecida.
Moradores de áreas como Jardim Catanduva, Campo Limpo e Campo Grande, na zona sul de São Paulo, relataram dificuldades contínuas com a falta de energia, sendo essa região uma das mais afetadas pela chuva. A Enel, em suas comunicações, afirma que "segue trabalhando para restabelecer o fornecimento", mas não forneceu uma previsão de quando isso ocorrerá.
Críticas
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criticou a resposta da Enel ao apagão, afirmando que ficou "aquém do esperado". Equipes de reparo de outros estados, como Rio de Janeiro e Ceará, foram enviadas para auxiliar na recuperação dos serviços.
Após uma reunião no domingo (13), dirigentes da Aneel e da Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arcesp) apontaram que a Enel não disponibilizou o número de funcionários que havia prometido para lidar com a situação. O presidente da empresa, Guilherme Alencastre, não especificou um prazo para a normalização completa do serviço; até a noite de domingo, ainda havia 698 mil imóveis sem energia.
A pressão sobre a Enel aumenta, com órgãos de controle questionando o descumprimento do plano de contingência. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governo federal também manifestaram insatisfação. O diretor da Arcesp, Thiago Veloso, destacou que a Enel havia se comprometido a empregar 2,5 mil profissionais em situações extremas, um plano que foi apresentado após um apagão anterior em 2023.
Além disso, o governador solicitou ao Ministério de Minas e Energia e à Aneel que iniciem imediatamente o processo de caducidade do contrato da Enel. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que está monitorando a resposta da empresa e que qualquer ação será tomada conforme necessário.
Chuva
A tempestade, que trouxe ventos de até 107 km/h, resultou em sete mortes e causou diversos transtornos nos serviços públicos e no comércio. O impacto também se refletiu na campanha eleitoral para a prefeitura, gerando uma troca de acusações entre candidatos.
Outras consequências do temporal incluíram alagamentos em várias áreas da Grande São Paulo. Em Cotia, rajadas de vento derrubaram parte da estrutura do teto de um hospital. Um shopping na Zona Sul também foi danificado, com um carro no estacionamento sendo atingido por destroços. O Aeroporto de Congonhas fechou a pista por cerca de 20 minutos devido às condições climáticas adversas, levando ao cancelamento de duas decolagens.
O Corpo de Bombeiros recebeu 466 chamados relacionados a quedas de árvores até a manhã de domingo. Entre as fatalidades, uma delas ocorreu quando um cachorro foi eletrocutado ao pisar em um fio de alta tensão rompido no bairro Santo Amaro. Os tutores do animal relataram dificuldades em contatar a Enel para desativar a energia, e o resgate só ocorreu mais de 24 horas após o incidente.
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