São Paulo registra piores índices de poluentes inaláveis em 10 anos

A capital atingiu 41,7% acima da meta em seu pior dia de poluição

Estado de São Paulo bate recordes de poluentes inaláveis
Foto: Fabio Ikezaki / Flickr
Estado de São Paulo bate recordes de poluentes inaláveis


O estado de  São Paulo registrou em 2024 os  piores níveis de poluentes inaláveis dos últimos dez anos, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) . São partículas invisíveis e bem pequenas, nocivas à saúde e derivadas de diferentes fontes de poluição.

Neste ano, as partículas finas, provenientes de queimadas, e as originadas de processos no solo e na indústria apresentaram concentrações respectivas de 42% e 51% acima da meta de qualidade do ar estipulada pela Cetesb . O cálculo, feito pela Folha de S. Paulo, considerou apenas estações de monitoramento contínuo de 2014 a 2024.

Análise da qualidade do ar

Das estações que iniciaram a coleta de dados em 2014 e permanecem ativas neste ano, metade registrou recorde para as partículas finas MP 2,5 (sigla para material em partículas com 2,5 micrômetros). Já para o MP 10 (partículas com até 10 micrômetros), 16 de 36 estações tiveram neste ano os piores resultados do período.

Ao analisar todas as estações disponíveis pela Cetesb, independentemente da continuidade de monitoramento, o ano de 2024 concentra 73% dos índices mais altos de partículas finas. Já dos 70 pontos que monitoram o MP 10, 21% apresentaram os maiores recordes.

Desde o início da série histórica da companhia, em 1998, os anos que concentraram a maior quantidade de estações com recorde de poluentes MP 10 foram 2010, 2012, e 2024. Para as partículas menores (MP 2,5), os anos mais graves foram 2018, 2020, 2021 e 2024.

Piores regiões do estado

Ribeirão Preto  é o município que apresentou os piores índices para poluentes inaláveis. Em 24 de agosto, a cidade registrou concentração média acima do nível de emergência para partículas maiores e de alerta para as menores. A cidade apresentou uma concentração 3.000% acima da meta para o MP 10 e de 2.500% para as partículas finas.

Seguindo a lista, os municípios com os piores índices neste ano foram Santa Gertrudes, Catanduva, São José do Rio Preto, Rio Claro, Paulínia e Jundiaí.

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Na capital paulista , a estação Ponte dos Remédios, na marginal Tietê, o MP 10 atingiu 41,70% acima da meta em 11 de setembro, pior dia para São Paulo. Itaim Paulista e Congonhas apresentaram, respectivamente, índices 31% e 14% acima da meta para um dia na capital.

Partículas MP 2,5

A pior concentração de partículas finas também foi na estação da marginal Tietê, que mediu 85% acima da meta do poluente. Em segundo lugar está o registro da estação de Parque Dom Pedro 2º, na zona leste, 71% acima da meta. Para as partículas MP 2,5, a capital teve ao menos 12 bairros com índices recordes em 2024.

Intensificação das queimadas

A seca que atinge o Brasil e o aumento das queimadas contribuíram para o elevado número de substâncias inaláveis presentes no ar. A população dos locais mais afetados sente sintomas alérgicos e respiratórios, e fica exposta a doenças mais sérias.


As partículas finas presentes em queimadas se tornam um aerossol em contato com a seca e a radiação UV, penetrando nas camadas mais profundas dos pulmões e podendo se espalhar por todo o corpo. 

A exposição ao MP 2,5 equivale a fumar cigarros de forma constante. O grupo mais propenso a desenvolver doenças são bebês, que ainda estão desenvolvendo o sistema imunológico, e idosos, que ficam sensíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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