O relatório divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) na sexta-feira (6) trouxe à tona os detalhes da queda do avião da VoePass , que aconteceu no último dia 9 de agosto, em Vinhedo , interior de São Paulo .
As transcrições dos áudios da caixa-preta mostram que, até os minutos finais do voo, a comunicação entre os pilotos do ATR-72 e a torre de controle seguiu sem indícios de qualquer emergência. O acidente resultou na morte das 62 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.
As conversas registradas na caixa-preta revelam que, em momento algum, os pilotos mencionaram problemas técnicos ou dificuldades durante a operação. Até as instruções para a descida da aeronave foram seguidas de forma aparentemente tranquila.
Por volta das 13h06, a tripulação recebeu a primeira instrução para manter a altitude de 17 mil pés, algo que foi prontamente confirmado pelos pilotos. Dez minutos depois, às 13h18, o piloto avisou que a aeronave havia chegado ao ponto adequado para iniciar a descida. No entanto, a torre pediu para que o voo continuasse na mesma altitude devido ao tráfego aéreo.
A última comunicação oficial do voo ocorreu às 13h20min39s, quando o controle instruiu a aeronave a seguir em direção a um ponto específico no ar, chamado "Sanpa", prometendo autorização para descer em breve. Essa mensagem foi confirmada pela tripulação, mas foi a última resposta recebida.
Um minuto após essa confirmação, o controle autorizou finalmente a descida para 9 mil pés. No entanto, a partir das 13h22min, todas as tentativas de contato com o VoePass foram infrutíferas. A torre de controle chamou o avião cinco vezes em um intervalo de 47 segundos, mas nenhuma resposta foi recebida.
O silêncio na comunicação e a ausência de qualquer declaração de emergência antes da queda deixam dúvidas sobre o que de fato aconteceu nos momentos finais do voo. Até o momento do impacto, nada nas conversas sugeria que a aeronave ou a tripulação enfrentavam uma situação de risco iminente.