Movimento de ônibus no viaduto Doutor Plínio de Queirós, em Bela Vista
Rovena Rosa/Agência Brasil - 28/03/2022
Movimento de ônibus no viaduto Doutor Plínio de Queirós, em Bela Vista


Em uma reviravolta de última hora, a greve dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, que estava programada para começar à meia-noite desta quarta-feira (3), foi cancelada na noite desta terça-feira (2). A informação foi confirmada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União).

A mudança ocorreu após a intervenção do parlamentar, que na noite desta terça-feira se reuniu com representantes do Sindmotoristas —que representa a categoria— e da SPUrbanuss, o sindicato patronal, para intermediar um acordo.

A confirmação inicial da greve ocorreu após uma série de reuniões entre o Sindmotoristas —que representa motoristas e outros funcionários das empresas de ônibus—, o sindicato patronal e representantes de órgãos públicos.

Houve encontros no TCM (Tribunal de Contas do Município), no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e uma última negociação entre patrões e trabalhadores, no final da tarde desta terça-feira. O impasse prevaleceu.

Na audiência de conciliação no TRT, o SPUrbanuss, que representa as empresas de ônibus, ofereceu um aumento salarial de 3,6% aos trabalhadores, sem conceder outros aumentos reivindicados pela categoria.

Os trabalhadores pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais durante a pandemia na ordem de 2,46%, índice calculado com base em dados do Dieese.

Além disso, reivindicam jornada de trabalho de 6h30 com 30 minutos de intervalo remunerado, vale-refeição mensal com valor diário de R$ 38, participação nos lucros e resultados, e seguro de vida equivalente a dez salários mínimos para os motoristas.

"Vamos para a greve, não tem mais saída", disse o presidente do Sindmotoristas, Edivaldo Santiago, sendo aplaudido pelos trabalhadores.

Ao final da reunião, o diretor de organização e relações de trabalho do Sindmotoristas, Nailton Francisco de Souza, disse que, caso as empresas apresentem uma proposta sobre a nova jornada de trabalho ou para a reposição das perdas pela inflação e para o vale-refeição, o sindicato poderá convocar uma assembleia de trabalhadores para esta quarta-feira.

"Se isso acontecer, amanhã os trabalhadores estarão mobilizados para uma assembleia da categoria, em vez da paralisação", afirmou Souza na reunião.

No último dia 6, os motoristas haviam rejeitado a paralisação, quando uma mesa técnica instalada no TCM continuaria as negociações entre empresas e funcionários.

A suspensão anterior também havia sido intermediada pela Justiça do Trabalho e pelo vereador Milton Leite.

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