Luca Romano Angerami, um jovem policial militar de 21 anos de São Paulo, desapareceu há um mês. Ele foi visto pela última vez em 14 de abril, frequentando uma adega na comunidade de Santo Antônio, no Guarujá, litoral paulista.
Renzo Angerami, pai de Luca e investigador da Polícia Civil, compartilhou sua angústia em um vídeo nas redes sociais no início deste mês. Ele pediu orações e destacou a tradição policial da família, com seu avô, Alberto Angerami, sendo uma figura proeminente no sistema policial. Renzo implorou por apoio na busca por seu filho, enfatizando a dor que sente pela ausência de Luca.
Apesar da esperança mantida por Renzo, ele teme pelo pior devido à profissão de seu filho e à brutalidade do desaparecimento. Em uma entrevista ao Brasil Urgente, ele expressou sua preocupação com a violência injustificada que assolou sua família.
Nove indivíduos suspeitos de envolvimento no desaparecimento foram identificados e detidos. A investigação, conduzida pela Polícia Civil com o auxílio da Polícia Militar, continua em andamento.
O último suspeito foi capturado na sexta-feira passada, cumprindo um mandado de prisão temporária emitido pela Justiça de São Paulo.
Durante as buscas por Luca, oito corpos foram encontrados, juntamente com dois conjuntos de vestígios genéticos. A polícia está trabalhando com a hipótese de que o policial tenha sido executado, conforme declarado pelo delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais de Santos, em entrevista à TV Tribuna. Ele atribuiu o ato covarde a criminosos ligados ao tráfico de drogas na região, especificamente membros do PCC.
O preso Edivaldo Aragão, de 36 anos, está enfrentando acusações legais por obstrução e complicação de investigações relacionadas à organização criminosa.
Aragão tinha a intenção de dificultar a investigação do caso. De acordo com informações da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, ele deliberadamente enganou as autoridades para atrapalhar os esforços de encontrar o soldado desaparecido e para proteger os verdadeiros responsáveis pelo sumiço do policial militar.
Em seu depoimento à Polícia Civil, o preso afirmou ter participado do sequestro da vítima, detalhando que o militar foi levado para São Vicente, onde teria sido assassinado e seu corpo jogado da Ponte do Mar Pequeno. No entanto, pistas reunidas pela polícia desmentiram essa versão.
Os investigadores conseguiram mapear os movimentos da vítima, confirmando por testemunhas e câmeras de segurança que Angerami não deixou o Guarujá na noite do desaparecimento e, portanto, nunca foi levado para São Vicente.
Segundo relatório da Polícia Civil, o policial esteve em uma adega no Guarujá na noite de 13 de abril, acompanhado de amigos e uma irmã. Ele estava armado e foi alertado por conhecidos sobre a descoberta de sua identidade como policial por traficantes de drogas locais.
A história continua com Angerami permanecendo na adega até as primeiras horas da manhã de 14 de abril, quando saiu de carro e, posteriormente, foi "rendido violentamente" nas proximidades das ruas Magnólias e Violetas, no Guarujá.
O veículo do policial, um Corolla prata, foi encontrado na rodovia Cônego Domenico Rangoni, no Guarujá, com as chaves no porta-malas e sem o pneu sobressalente.
A mentira contada por Aragão desviou a atenção das investigações. Para a Polícia Civil, essa falsidade não apenas atrasou os esforços para resolver o caso, mas também desviou recursos consideráveis de policiais militares e civis, assim como mergulhadores, que foram mobilizados para São Vicente na tentativa de encontrar o policial desaparecido.
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