Ato bolsonarista: 94% dos presentes dizem que o país vive uma ditadura

Pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo traçou o perfil das pessoas presentes na manifestação

Ato em apoio ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista – 25.02.2024
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Ato em apoio ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista – 25.02.2024

Uma pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP)  mostrou que 94% das pessoas presentes no ato a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que o Brasil está em uma ditadura. A manifestação aconteceu no último domingo (25), na Avenida Paulista, em São Paulo. 

No estudo " Manifestação 'em defesa do Estado democrático de direito'
São Paulo, 25 de fevereiro ", os coordenadores visavam traçar as "características
demográficas, identidade política e a opinião a respeito de vários assuntos políticos" dos manifestantes. 

De acordo com a pesquisa, 88% das pessoas acreditam que quem ganhou a eleição em 2022 foi Bolsonaro. Apenas 8% acreditam na vitória do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e 4% não souberam responder.

Quando questionados sobre os excessos e perseguição da Justiça como uma espécie de ditadura, 94% dos entrevistados afirmaram acreditar que o Brasil vive em um momento ditatorial. Outros 4% dos entrevistados não acreditam na afirmação e 2% não souberam responder.

Sobre o final do mandato de Bolsonaro, 49% dos presentes acreditam que ele deveria ter decretado uma operação de Garantia de Lei de Ordem em 2022. Outros 45% acreditam que ele não deveria ter invocado o artigo 142 para solicitar a arbitragem das Forças Armadas. 

"Presidente Bolsonaro deveria ter decretado uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem)?"

"Presidente Bolsonaro deveria ter invocado o artigo 142 para solicitar a arbitragem das Forças Armadas?"

"Presidente Bolsonaro deveria ter decretado Estado de sítio em 2022?"

Quando questionados sobre quem seria a melhor opção para entrar no lugar de Bolsonaro na corrida presidencial, 61% dos entrevistados citam que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o melhor nome. Em segundo lugar vem Michelle Bolsonaro, com 19%, seguido do governador de Minas Gerais, Romeu Zema , com 7%. Eduardo Bolsonaro, Damares Alves, Flávio Bolsonaro e General Braga Neto ficam empatados com 1%. 6% não souberam responder à pergunta e 3% afirmou que nenhum dos nomes citados.

Já sobre a disputa para a Prefeitura de São Paulo, 47% dos entrevistados acham melhor que Bolsonaro indique um candidato novo e que não apoie o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), enquanto 37% acham que o ex-presidente deveria apoiar a candidatura do emedebistas e 15% não souberam responder.

Perfil dos manifestantes

A pesquisa traçou algumas informações sobre os manifestantes. 

"Considera-se de esquerda, de direita, de centro ou nada disso?"

"No que diz respeito a temas como família, drogas e punição a criminosos, se considera conservador?"

"Mora na Grande São Paulo ou outra cidade?"

"Gênero"

"Idade"

"Etnia"

"Renda familiar em salários mínimos"

"Escolaridade"

"Religião"

A pesquisa foi feita com 575 pessoas no dia 25 de fevereiro, entre as 13h30 e as 17h, em toda a extensão da Avenida Paulista. Segundo o órgão, a margem de erro com grau de confiança é de 95%, sendo 4 pontos percentuais para mais ou para menos