A Justiça de São Paulo determinou o arquivamento do inquérito policial que investiga a morte de um homem em Paraisópolis, bairo da Zona Sul paulista, em outubro do ano passado. O caso foi regisrado durante uma visita do então candidato ao governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao local.
O juiz Jair Antonio Pena Junior, do 1º Tribunal do Júri da capital, acatou um pedido enviado pelo Ministério Público de São Paulo. O MP-SP, por meio do promotor Fabio Tosta Horner, argumentou que os policiais "usaram os meios necessários" para reagir diante do que foi classificado como "injusta agressão".
Também foi pontuado que os oficiais agiram em legítima defesa e "dentro dos rígidos limites da lei".
O relatório emitido pelos investigadores destacou ainda que não foi possível identificar quem matou Felipe Silva de Lima, de 27 anos.
Um trecho do documento assinado pelo delegado Rodrigo Borges Petrilli aponta que as balas encontradas e apreendidas no local não apresentavam "características individualizadoras suficientes" que permitissem a identificação do autor dos disparos por parte dos peritos.
As investigações iniciais apontaram que o tiroteio ocorreu após criminosos terem desconfiado que havia policiais sem farda dentro da comunidade. Lima e outra pessoa, que estavam em uma moto, teriam notado a presença de policiais à paisana monitorando a região. A polícia percebeu que os dois estariam armados, e o tiroteio começou.
Relembre o caso
No dia 17 de outubro de 2022, a visita do então candidato ao Polo Universitário de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, foi interrompida após um tiroteio na comunidade. Um homem morreu.
Segundo os policiais militares da região, os tiros não tinham o candidato como alvo. De acordo com a Segurança Pública de São Paulo (SSP), a equipe de segurança do candidato havia solicitado apoio à PM para a realização do evento.
O setor de inteligência da corporação atuantes em Paraisópolis declarou que a hipótese mais provável de motivação do tiroteio é de que houve um aumento de policiais no local nesta manhã e os criminosos perceberam a presença de mais agentes na comunidade, começando uma troca de tiros.
Horas depois, o agora governador de São Paulo disse, em coletiva de imprensa, ter sofrido "intimidação"do "crime organizado" da região.
"Na minha opinião, foi um ato de intimidação. Foi um recado claro do crime organizado dizendo o seguinte 'vocês não são bem-vindos aqui, a gente não quer vocês aqui'. Para mim, é uma questão territorial, não tem nada a ver com uma questão política ou eleitoral, mas uma questão territorial, que acontece em favelas e comunidades do estado de São Paulo", afirmou à imprensa.
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