A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), registrou 79,6 mortes diárias entre os anos de 2016 e 2021, um total de 145.270 óbitos em cinco anos, por doenças como infarto, insuficiência cardíaca, miocardiopatias, entre outras. Uma média de 24 mil a 25 mil ao ano. Em 2021, entre as patologias cardiovasculares que mais vitimaram os paulistanos, estão as doenças isquêmicas do coração (8.118) e acidente vascular cerebral (5.470).
Por serem lentas e silenciosas, as doenças cardiovasculares surpreendem, mas muitas mortes podem ser evitadas com prevenção e adoção de hábitos saudáveis. Nesta quinta-feira, 29 de setembro, data em que se comemora o Dia do Coração, a SMS promove ações para alertar a população. A Área Técnica de Doenças Crônicas, por meio do programa Cuidando de Todos, fará uma busca ativa partindo das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em ações internas e externas, abarcando as seis regiões da capital. “São realizadas, após a busca ativa, a avaliação das condições crônicas por meio da estratificação de risco cardiovascular, a fim de identificar o risco e priorizar a assistência ao cidadão de acordo com a condição de saúde identificada. E, por fim, o paciente poderá realizar o plano de autocuidado pactuado (PAP) com o objetivo de se corresponsabilizar em busca da mudança de estilo de vida e torná-lo mais saudável”, explica Alexandre Gomes Lopes, assessor técnico da Área Técnica de Doenças Crônicas da SMS.
Além dessas ações, a rede conta também com atendimento de urgência e emergência nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) 24h, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto-socorros Municipais (PSMs), para as pessoas que tiverem sintomas típicos de infarto agudo do miocárdio, tais como dor ou desconforto no peito, cor azulada nas pontas dos dedos, tonturas e desmaios, cansaço recorrente e falta de ar. A SMS, por meio da Área Técnica de Cardiologia, implementou a Rede Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) que, atualmente, atua em duas frentes. A primeira, assistencial, com linhas de cuidados do IAM, que começa na entrada da vítima de infarto na unidade de saúde, depois na regulação dele para centro de alta complexidade cardiovascular (hospital terciário com serviço de hemodinâmica e cirurgia cardíaca) e acompanhamento até a alta hospitalar, além do retorno do paciente à rede ambulatorial municipal para seguimento do acompanhamento. A segunda é focada no âmbito educacional, capacitando os profissionais de saúde de todas as unidades de urgência e emergência que atuam na linha de frente, sobre temas como abordagem ao paciente vítima de infarto do miocárdio.
De acordo com Amaury Zatorre Amaral, médico cardiologista na SMS, agilidade é fundamental nesses casos. “Esse atendimento permite que um paciente com quadro agudo de infarto possa receber o primeiro atendimento o mais próximo de onde estiver e não apenas em hospitais, aumentando, assim, a possibilidade de sobrevivência e recuperação plena”, explica.