O governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), que concorre à reeleição, participou de um ato neste sábado em que recebeu o apoio do pré-candidato à presidência da República, Luciano Bivar (União Brasil). Garcia é aliado da pré-candidata à presidência Simone Tebet (MDB-MS), mas decidiu abrir palanque também para Bivar para turbinar seu tempo de TV na campanha estadual.
Agora, o União Brasil disputa a vaga de vice na chapa de Garcia, que já tinha um acordo com o MDB para a indicação do ex-secretário municipal de Saúde Edson Aparecido para o posto. Um dos que reivindica espaço para a corrida ao Senado é o presidente da Câmara de Vereadores Milton Leite (União), que tem forte influência no setor público de transportes de estado. O veterano político produziu para apoiar Bivar uma claque de cabos eleitorais que usaram no evento camisas com os dizeres "família Leite".
Garcia procurou minimizar qualquer incômodo com o palanque duplo e disse que os candidatos que estão "longe dos extremos" terão espaço em São Paulo. O governador tem se apresentado como "candidato despolarizante" e repete sempre "não ser nem de esquerda e nem de direita". Ele trabalha para se desvencilhar de seu padrinho político, o ex-governador João Doria (PSDB), que nas mais recentes pesquisas aparecia com alta rejeição no estado.
Com a entrada do União Brasil em sua chapa, Garcia terá mais 1 minuto e 30 segundos no horário eleitoral e deve chegar a 4 minutos no total, mais que o dobro dos seus principais oponentes, como o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro Tarcísio Freitas, do Republicanos.
Com 1% nas pesquisas de opinião e pouco conhecido do eleitorado, a candidatura de Bivar é vista com enorme ceticismo por aliados de Garcia. Ainda assim, o presidente do União Brasil foi exaltado no ato como "legítimo representante da terceira via". Seu partido é o campeão em recursos no fundo eleitoral, com R$ 782 milhões.
Bivar estava acompanhado do ex-juiz Sergio Moro e de sua esposa Rosângela, que concorrerá a deputada federal por São Paulo. Em seu discurso, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) se disse "representante da Lava-Jato" e prometeu defender na eleição a importância do combate à corrupção.