Policial é a 21ª vítima da Covid-19 no sistema prisional de SP, diz sindicato

Roney Nascimento trabalhava como diretor de disciplina na Penitenciária Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos

Policial penal Roney Nascimento, de 47 anos, atuava como diretor de disciplina da Penitenciária II de Guarulhos
Foto: Foto: Reprodução/Sifuspesp
Policial penal Roney Nascimento, de 47 anos, atuava como diretor de disciplina da Penitenciária II de Guarulhos

O policial penal Roney Nascimento, 47, morreu vítima da Covid-19, nesta terça-feira (30). De acordo com o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp), o servidor trabalhava como diretor de disciplina na Penitenciária Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos. Nascimento estava no sistema prisional do estado desde 1993 

Por meio de nota, o sindicato da categoria inforomou que o policial penal é o 21º servidor penitenciário do estado a morrer infectado pelo vírus.

Ainda segundo o sindicato, um levantamento mostra que já são 270 servidores penitenciários infectados até o momento e 84 casos suspeitos. 

“Falta transparência por parte da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Desde o início da pandemia temos reivindicado que a SAP informe o total de servidores infectados, mas isso não é feito. Na tentativa de esconder o problema, a secretaria acaba piorando a situação por não divulgar quantos e onde os servidores têm se infectado, o que é irresponsabilidade com a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do sistema prisional, com a população carcerária e com a sociedade em geral”, critica Fábio César Ferreira, presidente do Sifuspesp.

Fábio citou ainda que o sindicato recebeu a denúncia de que há dois pavilhões interditados por conta de contágio pelo novo coronavírus, no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Vila Independência, na Zona Leste da Capital. 

Nos dados disponibilizads pela categoria, com 90 casos confirmados, dos quais 20 no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Pacaembu, as unidades da Região Oeste são as que mais concentram infectados entre os servidores, seguida da capital e Região Metropolitana, com 81 casos, e em terceiro a Região Central paulista, com 51 confirmações.

Na população carcerária, há 1019 detentos confirmados com a Covid-19, com 15 óbitos e outros 102 casos suspeitos, de acordo com mapeamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

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Procurada pela reportagem, a Secretaria de Administração Penitenciária esclareceu que o governo do estado iniciou a testagem em massa de populações vulneráveis, incluindo as pessoas privadas de liberdade.

Por meio de nota, a pasta informou que o projeto piloto foi realizado na Penitenciária II de Sorocaba e as próximas unidades contempladas serão definidas em planejamento técnico dos órgãos de saúde, considerando a existência de casos confirmados nos presídios, inclusive entre funcionários.

"A Pasta realiza uma busca ativa para casos similares à Covid-19 em toda a população prisional, além da aquisição de termômetros infra vermelho e de oxímetro digital portátil. Estamos seguindo ainda as determinações do Centro de Contingência do coronavírus e avaliamos permanentemente o direcionamento de ações para o enfrentamento do problema. Medidas de higiene e distanciamento preconizados pelos órgãos de saúde foram aplicadas, foram suspensas as atividades coletivas; realizada a busca ativa para casos similares à Covid-19; a limpeza das áreas foi intensificada; a entrada de qualquer pessoa alheia ao corpo funcional foi restringida; foi determinada a quarentena para os presos que entram no sistema prisional; realizado o monitoramento dos grupos de risco; além de ampliação na distribuição de produtos de higiene, álcool em gel e sabonete e Equipamento de Proteção Individual, como já informado.

Informamos que em todo Estado, até o momento, tivemos entre presos 207 casos confirmados por exame PCR de Covid-19, sendo que 15 destes faleceram da doença. Outros 408 tiveram resultado postivo em exame sorológico (Teste Rápido). Outros 77 estão em isolamento com suspeita sem confirmação. Os servidores em contato com o paciente devem usar mecanismos de proteção padrão, como máscaras e luvas descartáveis. Se confirmado o diagnóstico, além de continuar seguindo os procedimentos indicados, o preso será mantido em isolamento na enfermaria durante todo o período de tratamento e encaminhados para atendimento hospitalar em caso de agravamento.

Entre servidores, até o momento, 300 testaram positivo em exame de PCR para Covid-19, sendo que 18 faleceram. Outros 255 testaram positivo na modalidade de Teste Rápido. Outros 283 seguem afastados com suspeita sem confirmação. Todo servidor com suspeita de diagnóstico de Covid-19 está devidamente afastado sob medidas de isolamento em sua residência, conforme orientações do Comitê de Contingência do coronavírus e a Secretaria acompanha seu quadro clínico, fornecendo todo o suporte necessário para sua recuperação."