Policiais dederais realizam, na manhã desta quinta-feira (17), uma operação que visa apurar um esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro que utilizava a Fundação Getúlio Vargas (FGV) . Cerca de 100 agentes cumprem 29 mandados de busca e apreensão na sede da instituição, no Centro do Rio, e em endereços, no Rio e em São Paulo , relacionados à família Simonsen , fundadora da entidade.
As investigações, que iniciaram em 2019, apontam que a instituição era utilizada para encobrir uma relação de superfaturamento de contratos no Governo Sérgio Cabral. Segundo a PF, diversos órgãos federais e estaduais fabricavam pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de contratos que resultaram em pagamento de propinas, e funcionavam como um "biombo legal".
A PF apurou que, "mais do que emitir pareceres falsos, utilizados para camuflar corrupção de agentes públicos, a entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela".
Ainda de acordo com a investigação, executivos da empresa teriam utilizado empresas de fachada no país, e "titularizam offshores em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, para ocultar a origem ilícita do dinheiro, indicando não só a lavagem de capitais, como evasão de divisas e de crimes fiscais".
Além dos mandatos de busca e apreensão, vinte e seis na capital fluminense e três na cidade de São Paulo, os agentes cumpriram ordens de sequestro, e cautelares restritivas, expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro.
Batizada de Sofismo, a operação, de acordo com a PF, faz alusão à figura grega dos Sofistas, filósofos que, através da argumentação, transvestiam de veracidade informações que sabiam ser falsas, com a intenção de manipular a população.
As penas dos crimes investigados podem chegar a quase 90 anos de prisão.
Procurada, a assessoria da instituição informou que "retornará, assim que tiver um posicionamento".
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