Uma denúncia feita pelo jornal O GLOBO nesta terça-feira (27) revela o o informações de investigações em curso na Polícia Federal (PF) e do Ministério Público estadual (MP-RJ).
Elas 'apontam a presença de pelo menos oito candidatos ligados a organizações criminosas nas eleições do Rio', informa a reportagem.
Segundo a matéria, investigadores disseram que esses candidatos podem apresentar riscos nas eleições.
'Levar vantagem no pleito de domingo por causa do livre acesso a áreas dominadas por milícias e narcotraficantes'.
Em certas comunidades onde o acesso é restrito a moradores e integrantes de facções e milícias, as atividades de campanha ficam a mercê da autorização dos líderes locais. Além disso, a polícia alerta a possibilidade do 'uso do poderio econômico relacionado às atividades ilícitas'.
O que poderia abrir brecha para uma possível compra de votos.
Com informações de duas investigações policiais, O GLOBO aponta:
Os empresários Tiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias (MDB) , e Cristiano Santos Hermógenes (PL), candidatos a deputado estadual e a candidata a deputada federal, a advogada Flávia Pinheiro Fróes (União Brasil) , tem ligação com organizações do narcotráfico, segundo as investigações.
A matéria aponta ainda que outros dois candidatos - um à Câmara dos deputados, " Sérgio Porto (PROS) , conhecido como coronel Porto e o postulante a uma vaga na Assembleia do Rio Sérgio Roberto Egger de Moura , o Egger (Democracia Cristã) também são relacionados a grupo de milícias".
A reportagem ainda cita Ricardo Abrão (União Brasil) e o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski (PL) , candidatos a deputado federal, que aparecem vinculados ao jogo do bicho. Turnowski foi preso no início do mês.
Vandro Lopes Gonçalves, o Vandro Família , figura o oitavo nome da lista. Ele está disputando vaga para deputado estadual pelo Solidariedade e teve impugnada sua candidatura, mas tenta recurso em Brasília. De acordo com as investigações, ele tem ligação com milícias.
A matéria informa apenas o último citado no texto não está apto a concorrer a cargo eletivo, enquanto os outros sete estão de acordo com as regras para a votação de domingo.
"A Lei da Ficha Limpa não foi suficiente para impedir as oito candidaturas. Isso porque só os condenados por órgão colegiado e os que renunciaram aos seus mandatos para evitar um processos de cassação são passíveis de impugnação. Embora a maioria dos oito candidatos responda a ações penais que vão do envolvimento em organizações criminosas a homicídios, manobras dos advogados impõem um ritmo lento aos processos, recheados de recursos", explica o repórter Chico Otávio.
A versão dos candidatos acusados
Segundo segue a investigação jornalistica, O GLOBO procurou os investigados que negaram ligação com o crime organizado
Cristiano Santos Hermógenes, irmão de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, negou relação com os crimes pelos quais o irmão foi preso:
"Somos irmãos e eu o amo, mas não tenho orgulho dos crimes cometidos por ele".
Flávia Fróes , suspeita de ligação com traficantes como Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar , diz que representa e luta pelos direitos dos familiares de presos, não dos crimes cometidos por eles.
"Essa acusação de 59 fuzis nunca ocorreu. O processo de 2010, na qual fui absolvida a pedido do ministério público não tem relação com tais fatos", defende-se.
O advogado de Allan Turnowski , Daniel Bialski, afirmou não haver prova da ligação dele com a contravenção ou que represente risco à segurança pública.
Ricardo Abrão, sobrinho do bicheiro Anísio Abrão David se diz defensor da legalização do jogo do bicho como uma forma de gerar empregos e impostos, mas afirma o bicheiro não participa na sua campanha.
A defesa de Sergio Egger afirma que a acusação está ligada a adversários políticos e que investigações foram encerradas sem comprovar nada. O coronel Porto e Vandro Família não foram localizados pelo O GLOBO.
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