O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), onde o anestesista Giovanni Quintella Bezerra atuou como médico residente de 2019 até 2022, disse que fará um levantamento dos procedimentos que o médico participou, além de conversar com os pacientes para saber se houve algum problema . Bezerra foi preso no último domingo (10) pelo estupro de uma paciente durante uma cesárea no Hospital da Mulher, em São João de Meriti.
O anestesista atuou em pelo menos dez hospitais públicos e privados. Os hospitais Copa Star e Barra D’Or, Rio Mar e Balbino informaram ao GLOBO que o cadastro de Giovanni como médico assistente está suspenso até a conclusão do inquérito policial. A Unimed-Rio informou que vetou qualquer possibilidade de atuação do médico em suas unidades.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que o Bezerra prestava serviço há seis meses como pessoa jurídica para os hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e Getúlio Vargas e que as unidades estão em contato com a Polícia Civil para colaborar com as investigações.
O Hospital de Clínicas Mário Lioni decidiu pelo cancelamento imediato do credenciamento de Giovanni como prestador de serviços na unidade.
'Indignada, revoltada e chateada'
A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, conversou, por telefone, na tarde desta quarta-feira, com a vítima do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, no último domingo. Com a ajuda do marido da vítima, a policial contou que ela havia sido vítima do profissional. No começo da noite desta quarta, na saída de distrital, a delegada falou que “a vítima está muito indignada, revoltada e chateada” com tudo o que aconteceu.
O GLOBO questionou se os hospitais particulares preveem a abertura de uma sindicância para apurar as cirurgias em que o médico anestesista preso por estupro participou, mas ainda não teve resposta.
Barbara Lomba disse também que a mulher “está com medo, após a proporção que o fato tomou”. Entretanto, ouviu de Lomba que ela “estará amparada por todos os órgãos de proteções, inclusive a Deam de São João de Meriti”.
"A gente já sabe que a sedação era desnecessária. Acredito que ele as sedava para cometer o crime. Por conta disso, ele já comete também uma violência obstétrica por conta da sedação desnecessária", informou a delegada, que completou:"Pela repetição, são ações criminosas que observamos e, pela característica compulsiva das ações dele, podemos dizer que ele é um criminoso em série."
A mulher teria chorado muito após receber a informação. Ele foi amparada pelo marido, que deverá prestar depoimento nesta quinta-feira (14). Também deverão prestar depoimento as duas mulheres que deram à luz no domingo. Para Barbará Lomba, essas duas mulheres, ”ao que tudo indica, por conta dos depoimentos, também foram abusadas” pelo anestesista.
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