O vereador Gabriel Monteiro (PL) virou réu no processo que ele é investigado por pelos crimes de importunação e assédio sexual que teria sido cometido contra uma ex-assessora, de 26 anos. O inquérito foi recebido pelo Tribunal de Justiça do Rio em 20 de junho e corre sob segredo judicial. A investigação foi aberta pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste, quando Luiza Caroline Bezerra Batista afirmou que era acariciada polo parlamentar sem consentimento. Monteiro enfrenta um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores do Rio.
Luiza trabalhava para os canais do vereador na internet e afirma que algumas situações inconvenientes estão registradas nos vídeos em que ela ajudava a gravar. Gabriel Monteiro sempre negou as acusações.
No fim de março, a delegada Viviane da Costa Ferreira Pinto, da Deam de Jacarepaguá, indiciou o político no inquérito que ele era investigado. No dia 14 de junho, o Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou o político à Justiça, que recebeu a denúncia e o tornou réu seis dias depois.
Ao GLOBO, Luiza Caroline afirmou que achava que o inquérito contra Gabriel Monteiro “iria demorar”. Ela disse ainda “acreditar na Justiça do Rio” e voltou a pedir punição para o congressista.
"Fico feliz por ele ter se tornado réu. Achei que iria demora muito mais, mas está sendo muito rápido. Ele precisa pagar pelo que fez", afirmou a publicitária, que lembra da rotina que precisou ser alterada após denunciar seu ex-chefe.
"Eu tento manter uma rotina. Mas existe medo. Não faço o que eu fazia antes. Não vou a onde iria antes. Tem sido bem difícil, mas não está fácil. Eu sempre acho que tem alguém me seguindo. Está sendo péssimo. Só espero que isso acaba logo", completou.
Em nota, o Tribunal de Justiça afirmou que "o processo está em segredo de justiça, por se tratar de um crime de violência sexual. Neste caso, deve se garantir a preservação da identidade da vítima". O órgão disse apenas que "a denúncia do MP foi recebida no dia 20/06".
Não é a primeira vez que Monteiro virá réu em algum processo na Justiça do Rio. Em maio, o vereador passou à condição de réu no inquérito que apura o vazamento de um vídeo em que ele aparece se relacionando sexualmente com uma menor de 15 anos , da qual é investigado pela 42ª DP (Recreio).
Ao receber a denúncia, o juiz em exercício Marcelo Almeida de Moraes Marinho, do 7º Juizado da Violência Doméstica da Barra da Tijuca, destacou que estão “presentes (na denúncia do MP) pressupostos legais autorizadores do exercício do direito de ação penal”, para que a denúncia fosse aceita.
Em nota, a defesa de Monteiro "afirma que a denúncia foi realizada por ex-assessores do parlamentar que já confirmaram trabalhar para a máfia do reboque em depoimento no Conselho de Ética da Câmara e, que na ocasião, outros funcionários estavam dentro do carro com a suposta vítima e desmentiram na delegacia sua versão de assédio. Vale ressaltar ainda que a mesma só registrou a ocorrência horas antes da reportagem do Fantástico ir ao ar".
Envolvimento com menor
No último mês, a Justiça do Rio concedeu medida protetiva a menina de 15 anos que aparece em um vídeo tendo relações sexuais com Gabriel Monteiro . A informação foi publicada no blog do colunista Ancelmo Gois.
A mãe da menina procurou a Justiça para reclamar que ela estava assustada com o assédio feito por Gabriel, que estava indo apanha-la na academia. O relato foi feito pelo delegado Luiz Maurício Armond, no final de junho, para a Comissão de Ética Câmara dos Vereadores do Rio.
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