No dia da operação na Vila Cruzeiro, que culminou com 23 mortos, a Polícia Militar trocou os 96 policiais que trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Vila Cruzeiro. O comando da UPP também foi modificado no dia 18 de maio, mas a mudança foi efetivada somente nesta quarta-feira, dia seguinte da operação na favela. De acordo com a PM, as trocas não possuem relação com o episódio e é considerada normal.
Na terça-feira (24), a Polícia Militar do Rio e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram a operação na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, para prender chefes da maior facção criminosa do estado e suspeitos vindos de outros estados que estariam escondidos na região. De acordo com a PM, a operação estava sendo planejada havia meses, mas foi deflagrada de modo emergencial para impedir uma suposta migração para a comunidade da Rocinha, na Zona Sul.
A primeira troca na UPP da Vila Cruzeiro ocorreu na quarta-feira anterior à operação, quando o comando da Polícia Militar determinou que o o capitão Gian Silva Santos, antes lotado na UPP do Andaraí, assumisse a função de comandante na favela da Penha. Apesar de nomeado dias antes, Santos foi efetivado no cargo uma semana depois, nesta quarta-feira, substituindo o capitão Luciano Fabrício Monteiro da Silva, que foi transferido para a unidade da Vila do João.
Já na terça-feira, 24 de maio, dia da operação da Vila Cruzeiro, a Polícia Militar publicou a troca de todo o efetivo de praças da UPP da comunidade. Os 96 agentes que atuavam no local foram transferidos para a Unidade da Vila do João, que teve o mesmo número de policiais transferidos para a Vila Cruzeiro.
AO GLOBO, o secretário de Polícia Militar Luiz Henrique Marinho Pires afirmou que as trocas não possuem relação com a operação e são movimentações normais da corporação:
"Foi uma movimentação normal e não tem ligação com a operação. Movimentação do Comando da Coordenadoria de Polícia Pacificadora visando mudança de ambiente de atuação do efetivo", afirmou.
Durante a ação, 23 pessoas morreram, entre elas está a manicure Grabrielle Ferreira da Cunha, de 41, que foi atingida a cerca de 300 metros da favela da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro. A ação é considerada a segunda mais letal da história do Rio, atrás somente da ação no Jacarezinho, de maio de 2021, que resultou em 28 mortes.
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