Defesa de Bolsonaro pede autorização para intervenções cirúrgicas

Também foi solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez, a concessão de prisão domiciliar humanitária

Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o dia 22 de novembro
Foto: Tania Rego / Agencia Brasil
Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o dia 22 de novembro

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal de Brasília (DF)  por tentativa de golpe de Estado, solicitou nesta terça-feira (9), ao Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para intervenções cirúrgicas.

Os advogados também pediram, mais uma vez, que seja concedida prisão domiciliar humanitária a Bolsonaro. As informações foram divulgadas pela CNN Brasil.

Na petição nesta terça, foi anexada uma avaliação médica que diz que "o ex-presidente precisa passar por cirurgia tanto para tratamento do quadro de soluços, sequela das cirurgias já registrada nos autos, como em razão da piora do diagnóstico de hernia inguinal unilateral, que também indica a necessidade de intervenção cirúrgica".

“O paciente Jair Messias Bolsonaro evolui com quadro de soluço incoercível prolongado e refratário às medidas convencionais. Foi submetido anteriormente ao tratamento medicamentoso otimizado com drogas de primeira e segunda linha, medidas clínicas e comportamentais usuais, além de investigação diagnóstica com exclusão de causas secundárias tratáveis, com ausência de melhora clínica com todas as terapias previamente instituídas", diz o documento.

E prossegue: " Em razão da persistência do quadro, que gera impacto significativo em repouso, alimentação, sono, respiração e qualidade de vida, há indicação médica de bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento reconhecido como opção terapêutica em casos de singultos graves e refratários. "

Ainda segundo a petição, " a infiltração anestésica é devido à necessidade clínica imediata, visando reduzir a hiperatividade diafragmática responsável pelo reflexo do singulto e proporcionar alívio sintomático. Dessa forma, justifica-se plenamente a realização do bloqueio do nervo frênico, visto que todas as medidas menos invasivas já foram tentadas sem sucesso”.

Os advogados afirmam ainda que “o paciente apresenta também, como evidenciado em relatório enviado previamente, diagnóstico de hernia inguinal unilateral (CID 10 K 40.9) com indicação de tratamento cirúrgico, denominado herniorrafia inguinal convencional (TUSS 31009115)" e que "nas últimas semanas tem se queixado de dores e desconforto na região inguinal, potencializados pelo aumento de pressão abdominal intermitente, causada pelas crises de soluços. Assim torna-se necessário o tratamento cirúrgico sob anestesia geral.”

Para os advogados, "os fatos e documentos médicos que se seguiram ao pedido, inclusive a piora de seu quadro e a necessidade de intervenção cirúrgica ora apresentada, evidenciaram ainda mais a precariedade e delicadeza do estado de saúde do Peticionante".


A defesa defende ainda na petição que Bolsonaro seja remetido a prisão domiciliar humanitária em razão de sua condição de saúde. O último pedido com esse mesmo teor foi apresentado no dia 23 de novembro.

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Eles alegam que a violação da tornozeleira eletrônica não significa que o ex-presidente iria tentar fugir e que, na verdade, ele agiu sob confusão mental por efeitos de novos remédios em sua receita.

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses no julgamento da trama golpista de 11 de setembro.