SP oferece mais de R$ 200 mil em recompensas por 7 condenados

Os valores são pagos mediante informações fidedignas fornecidas, sob anonimato, ao Programa Estadual de Recompensa

Andre do Rap e Maria do Pó
Foto: reprodução/Polícia Civil
Andre do Rap e Maria do Pó

O estado de São Paulo, através do Programa Estadual de Recompensa, oferece mais de R$200 mil por sete condenados . A iniciativa é mantida pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) e foi criada mediante o Decreto nº 43505, em janeiro de 2002, durante a gestão de Geraldo Alckmin. 

O projeto visa a colaboração da população em ações da Secretaria da Segurança Pública, a partir do fornecimento de informações que possibilitem solucionar casos investigados pela polícia. As denúncias podem ser feitas, sob anonimato, através do WebDenúncia

Os dados fornecidos pelos denunciantes na plataforma passam por uma avaliação, conforme frisa a SSP.

“A autoridade policial responsável pelo caso avalia se a informação teve caráter conclusivo e elabora relatório circunstanciado, que é submetido à decisão do Secretário da Segurança Pública, responsável pela deliberação final”, explica a pasta ao Portal iG .

Segundo a secretaria, o benefício não se aplica a qualquer denúncia . “Somente informações consideradas elegíveis e determinantes para a elucidação de crimes ou localização de foragidos podem gerar recompensa”, salienta. 

O valor máximo ofertado pelo programa é de R$50 mil. O montante, de acordo com a pasta, é em consonância à relevância dos relatos . Os recursos para o pagamento das recompensas vêm do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (FISP), vinculado à SSP e criado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Procura-se

Caio Rodrigues
Foto: Reprodução/SSP
Caio Rodrigues


Foto: Reprodução/FacebooK
Nilson Mikio Furuta Junior


Foto: Unsplash
Homicídio de Cleoni Geraldo Lima


Foto: Reprodução
Arthur Aparecido Bencid Silva


Foto: Reprodução/SSP
Kauê do Amaral Coelho








Foto: Reprodução/SSP
“Maria do Pó”








Útil, mas limitado

Em entrevista ao Portal iG, a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e presidente do Instituto Pró-Vítima, Celeste Leite dos Santos, reforça a importância do Programa Estadual de Recompensa.

Para a jurista, a iniciativa “busca aproximar a sociedade da investigação, reconhecendo que, muitas vezes, cidadãos têm informações que não chegam às autoridades por medo ou falta de estímulo”. 

Contudo, a promotora observa que o projeto tem sua utilidade, mas possui limitações.

“São Paulo aposta em valores mais modestos e aplicação restrita, os programas internacionais operam em escala global, com recompensas milionárias e forte articulação com agências de inteligência. Essa diferença não é apenas orçamentária; é estratégica. Lá fora, a recompensa é parte de uma política robusta contra o crime organizado transnacional. Aqui, é um mecanismo complementar, útil, mas limitado”.

À reportagem, Celeste Leite salienta que o modelo paulista é legítimo e pode ser decisivo em muitos casos. Entretanto, isso depende da transparência.

"Com o rigor na análise das denúncias e integração com políticas preventivas. Sem isso, corre-se o risco de transformar a colaboração cidadã em um mercado de informações, com denúncias falsas e desperdício de recursos”. 

E complementa: “ Os programas de recompensa funcionam melhor quando inseridos em um ecossistema de segurança que combina tecnologia, inteligência policial e proteção ao denunciante. Dinheiro ajuda, mas confiança nas instituições é o verdadeiro motor da participação social”. 

Para além de São Paulo

No Brasil, além de São Paulo, o Rio Grande do Sul e o Distrito Federal possuem programas de recompensa.

No estado gaúcho, a iniciativa foi lançada em 2016 . As informações, segundo consta no site da  Secretaria de Segurança Pública, são repassadas, sob sigilo, através do Disque Denúncia 181, por e-mail (disque-denuncia@sjs.rs.gov.br) ou pela caixa postal 1.200

Já no Distrito Federal, o Sistema de Recompensas foi instituído mediante o Decreto nº 40.177 de 14 de outubro de 2019, assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). As denúncias são feitas pelo Disque Denúncia 197 da Polícia Civil, site da PCDF, e-mail, carta ou presencialmente, com sigilo absoluto.

A iniciativa dá recompensas que variam entre R$1 mil até R$50, podendo ultrapassar em casos específicos. Os pagamentos são provenientes do Fundo de Segurança Pública do Distrito Federal