Criança morre após receber adrenalina em hospital particular

Os pais de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, alegam que a dosagem aplicada intravenosa estava incorreta


Benício Xavier de Freitas tinha 6 anos
Foto: Reprodução/Instagram
Benício Xavier de Freitas tinha 6 anos


"Meigo e sorridente" é assim que o pai de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, descreve o filho. No último final de semana, Benício deu entrada no Hospital Santa Júlia, em Manaus, com quadro de tosse seca e suspeita de laringite, com episódios de febre


O menino recebeu atendimento médico na unidade de saúde, na noite do sábado (22),  com prescrição de lavagem nasal, xarope e três doses de adrenalina intravenosa a cada 30 minutos. 

Em entrevista ao Manhã de Notícias, da Rede Tiradentes, Bruno Freitas, pai de Benício, relatou que logo após a aplicação da adrenalina na veia, o menino ficou pálido, "os lábios ficaram brancos, o nariz dele ficou vermelho, os olhos também ficaram vermelhos, ele começou a se contorcer e, inclusive, ele virou para mãe dele e disse: "mãe meu coração está queimando", relembrou. 

Benício teve o quadro agravado e precisou ser entubado . Na ocasião, a criança sofreu seis paradas cardíacas consecutivas. O menino, que faria 7 anos agora em dezembro, acabou falecendo na madrugada do último domingo (23). 

O que diz o hospital

Mediante nota, o Hospital Santa Júlia diz que as investigações sobre o ocorrido foram concluídas pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente . A unidade de saúde afirma que as profissionais responsáveis pelo atendimento foram afastadas

"Todas as informações levantadas serão formalmente repassadas às autoridades competentes e à família. Reforçamos que desejamos conduzir todo o processo com total transparência, oferecendo apoio à família em tudo que for necessário", diz trecho do comunicado. 

Na nota, o hospital reconhece a gravidade do ocorrido e a dor da família de Benício. A unidade de saúde "trabalha com seriedade e transparência, guiada pela responsabilidade técnica, pelo respeito e pelo compromisso com a segurança do paciente", finaliza. 

CREMAM se manifesta

Também através de comunicado, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas falou sobre o caso . Na publicação, o órgão aponta que os fatos foram "encaminhados, de ofício, ao Setor de Processos Éticos" para apuração. 

"Cumpre salientar que, por se tratar de matéria sujeita a análise de eventual infração ética, o CREMAM não emitirá qualquer posicionamento ou juízo de valor antes da devida instrução do respectivo procedimento".