Números mostram queda nos registros de violência contra a mulher
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Números mostram queda nos registros de violência contra a mulher


O estado do Paraná registrou queda de 10% nos casos de feminicídio entre janeiro e setembro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram 64 ocorrências neste ano, contra 71 em 2024.

Considerando a capital Curitiba, a redução foi ainda maior; de 13% no período.

Também no mesmo período, os estupros diminuíram em 18%.

Os números são da Secretaria de Segurança Pública que apontam queda ainda mais expressiva de feminicídios nos 76 municípios onde o programa Mulher Segura foi implementado inicialmente.

Lançada em 2024 e expandida neste ano para os 399 municípios paranaenses, o Mulher Segura prevê, entre outras ações, a realização de palestras e ações educativas, a orientação de agentes públicos para atuar nesses casos, o monitoramento simultâneo de agressores e vítimas de violência doméstica e a instalação de salas de atendimento especializado a mulheres nas delegacias.

O relatório da SSP também mostra redução de 29% nos homicídios dolosos (quando há intenção de matar), mantendo a tendência de queda verificada em 2024, ano que registrou os menores índices da série histórica iniciada em 2007 para homicídios, roubos e furtos.

Política integrada

O secretário da Segurança Pública, coronel Hudson Leôncio Teixeira, atribuiu os resultados à consolidação de uma política integrada de combate à violência contra as mulheres.

“A redução dos feminicídios é reflexo das ações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná que trabalha, além da presença ostensiva nas ruas e das atividades de polícia judiciária, com políticas públicas de conscientização e discussão da violência de gênero com a população”, afirma Teixeira.

Segundo ele, a rede de apoio da Segurança Pública do Paraná está presente nos 399 municípios.

“Entre outras frentes, temos a Patrulha Maria da Penha , da Polícia Militar do Paraná, que promove visitas periódicas às mulheres em situações de risco e acompanha caso a caso. A proteção às mulheres é tratada de forma ampla, com ações de conscientização voltadas também aos homens, para que todos os agentes sociais compreendam seus direitos e deveres”, acrescenta.

O secretário destaca que os números refletem um avanço cultural e institucional.

“O crime contra a mulher, infelizmente, é uma questão que não é só de segurança pública, mas os números estão demonstrando que as pessoas estão entendendo a gravidade do problema, e isso reflete os números que apresentamos de redução”, avalia.

Para Teixeira, o sucesso da política depende da atuação conjunta com os municípios.

“Nós temos cobrado também a participação dos municípios em formar a rede de proteção, para garantir que com o trabalho efetivo na redução de casos, a mulher tenha para onde ir”, destacou.

O secretário reforçou ainda o fortalecimento da Patrulha Maria da Penha, com ampliação do efetivo e do número de visitas às vítimas.

“Aumentamos também a visita da Patrulha Maria da Penha. Formamos mais policiais para isso, para de pronto, numa situação em que o indivíduo não seja preso em flagrante, a viatura da Polícia Militar já vá até o local, já oriente a mulher”, explica.

Monitoração

O Governo do Paraná também já disponibilizou para a Justiça o projeto de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES).

Conforme a Secretaria de Segurança Pública detalha, por meio do monitoramento em tempo real da localização da vítima e de seu agressor, as forças de segurança poderão realizar o alerta e as ações necessárias para preservar a vida da mulher e a prisão do autor da violência em caso de descumprimento da medida protetiva.

"O novo sistema é capaz de monitorar simultaneamente e em tempo real a mulher que está com medida protetiva de urgência expedida pelo Poder Judiciário e o respectivo agressor", explica.

Entre os recursos do programa apontados, está a emissão de alertas rápidos para facilitar eventuais intervenções das forças de segurança, quando necessárias, aumentando a segurança das mulheres que convivem com essa situação.

Números do programa Mulher Segura

De acordo com o governo paranaense, entre 2023 e 2024, o número de visitas comunitárias realizadas pelo Programa Mulher Segura cresceu 332%, saltando de 12 mil para 51,9 mil.

Apenas no primeiro semestre de 2025, houve novo aumento de 86,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Promovemos palestras nas comunidades que atingem públicos a partir da adolescência para combater a cultura da violência e mudar padrões de comportamento”,  ressalta o secretário estadual.


Desde o início da iniciativa, já foram realizadas mais de 1,3 mil palestras, alcançando diretamente 105 mil pessoas com temas como prevenção da violência, promoção da cidadania e fortalecimento das redes de apoio.

O Mulher Segura atua em duas frentes complementares, segundo o governo do Paraná: uma voltada às mulheres e outra aos homens, que estimula o engajamento masculino no combate à violência.

A proposta é ampliar o diálogo, quebrar ciclos de agressão e fortalecer uma cultura de respeito e responsabilidade compartilhada.

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