Processo contra a Qatar Airways foi apresentado com base na Convenção de Montreal
Reprodução/Pixabay
Processo contra a Qatar Airways foi apresentado com base na Convenção de Montreal

A empresa aérea Qatar Airways está sendo processada pela família do cardiologista aposentado Asoka Jayaweera, de 85 anos, que era vegetariano e morreu após ser servido, por engano, com uma refeição contendo carne durante um voo internacional.

O fato ocorreu no dia 1º de agosto de 2023, no voo QR-740, que decoclou de Los Angeles, nos Estados Unidos, com destino a Colombo, no Sri Lanka, com escala em Doha, capital do Catar.

De acordo com o jornal The Independent, a denúncia foi apresentada pelo filho do cardiologista, Surya Jayaweera.

Ele disse que o pai vegetariano havia solicitado à empresa, antecipadamente, uma refeição sem carne, mas foi informado pela tripulação de que não havia mais opções vegetarianas disponíveis.

A ele foi servido com um prato comum e o homem foi orientado a “comer ao redor da carne”.

Foi neste momento, enquanto comia, que o passageiro se engasgou e entrou em colapso.

A tripulação prestou os primeiros socorros e acionou a empresa especializada em assistência médica remota para emergências aéreas.

O processo informa que os comissários mediram a saturação de oxigênio do médico, que chegou a 69%, considerado crítico, e administraram oxigênio, mas ele não recuperou a consciência.

O piloto não realizou pouso de emergência, sob a alegação de que a aeronave sobrevoava “o Círculo Polar Ártico ou o oceano”, impossibilitando a manobra.

Ainda segundo informações do The Independent, a família contesta essa versão e afirma que o avião estava sobrevoando o Meio-Oeste dos Estados Unidos, o que permitiria um desvio para atendimento médico imediato.


Após cerca de oito horas de voo, o avião pousou em Edimburgo, na Escócia, onde Jayaweera foi levado às pressas a um hospital e morreu dias depois, devido a pneumonia aspirativa, uma infecção pulmonar causada pela inalação acidental de alimentos ou líquidos.

Negligência e homicídio culposo

O processo, apresentado com base na Convenção de Montreal, que regula a responsabilidade civil das companhias aéreas em voos internacionais, acusa a Qatar Airways de negligência e homicídio culposo.

A ação pede indenização por danos morais e financeiros, com valor mínimo estimado em US$ 128 mil (cerca de R$ 690 mil), além do custeio das despesas judiciais.

O documento também destaca que a Qatar Airways oferece 19 tipos de refeições especiais, das quais sete são vegetarianas, para atender a diferentes restrições alimentares.

A família alega que a falha em cumprir o pedido do passageiro e a decisão de não desviar o voo foram determinantes para sua morte.

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