Os pacotes foram abertos por fiscais da Divisão de Proteção Ambiental do Ibama no Pará
Reprodução
Os pacotes foram abertos por fiscais da Divisão de Proteção Ambiental do Ibama no Pará


O Ibama( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) interceptou, em 20 de junho, o envio ilegal de animais silvestres por meio dos Correios, no CTEC(Centro de Tratamento de Encomendas), em Belém.

A ação foi realizada em parceria com os Correios, após inspeção de rotina com uso de raio-X identificar movimentações suspeitas em dois pacotes.

Os pacotes foram abertos por fiscais da Divisão de Proteção Ambiental do Ibama no Pará, que encontraram duas serpentes — uma periquitamboia (Corallus caninus) e uma sucuri-verde (Eunectes murinus) —, três tartarugas-da-Amazônia (Podocnemis expansa) e onze aranhas, sendo dez do gênero Avicularia e uma do gênero Acanthoscurria.

Os animais estavam embalados em caixas e plásticos, em condições inadequadas para transporte, o que caracteriza maus-tratos.

As serpentes e as tartarugas foram encaminhadas ao Cetras(Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres) da UFRA(Universidade Federal Rural da Amazônia), onde passaram por avaliação veterinária.

Considerados saudáveis, foram posteriormente soltos em área de floresta nativa em ação conjunta com o Ibama. As aranhas foram levadas ao Laboratório de Aracnologia do MPEG (Museu Paraense Emílio Goeldi) para identificação científica.

O transporte de animais silvestres sem autorização configura crime ambiental, conforme a Lei nº 9.605/1998.

O Ibama está apurando os responsáveis pelo envio e destino dos pacotes, e os autos da ocorrência serão encaminhados ao Ministério Público Federal para possíveis medidas penais.


A ação faz parte de um esforço contínuo para combater o tráfico de fauna silvestre, prática que ameaça a biodiversidade e movimenta valores elevados no mercado ilegal.

Espécies como a tartaruga-da-Amazônia e serpentes amazônicas são frequentemente visadas por colecionadores e criadouros clandestinos.

Casos semelhantes já foram registrados. Em 2024, uma operação em São Paulo apreendeu 50 aranhas da família Theraphosidae vindas da Bélgica, também por meio dos Correios.

O Ibama reforça que a captura, transporte ou posse de animais silvestres sem autorização é proibida e sujeita a penalidades, incluindo multa e reclusão. Apenas criadouros autorizados pelo Ibama estão aptos a comercializar esses animais legalmente.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!