JBS pode ser a primeira empresa brasileira listada no Standard & Poor’s 500
Agência Brasil
JBS pode ser a primeira empresa brasileira listada no Standard & Poor’s 500



Por: Ricardo Sayeg*

Novamente, publico mais um artigo na qualidade de Professor Livre-Docente de Direito Econômico, cientista especializado em jus-macroeconomia e pesquisador com mais de três décadas dedicadas à análise crítica da realidade jus-econômica nacional e internacional.

Com este propósito acadêmico e científico, assisti com muita atenção e fiquei impactado com a entrevista do empresário brasileiro Wesley Batista da JBS à CNN, aos 30 de maio de 2025.

Sua fala foi coerente e racional, senti sinceridade e bons propósitos; e, me convenceu.

Amparado pela liberdade acadêmica e científica que me assiste, compartilho mais esta visão sobre minha avaliação do que ouvi associado ao que se delineia no horizonte jus-macroeconômico brasileiro.

Com efeito, temos que reposicionar nossa nação e refundar nossa república com um capitalismo humanista.

Acredito no Brasil!

Não tenho a pretensão de ser senhor da verdade. Posso estar equivocado, contudo, como cidadão e acadêmico comprometido com a ciência, a verdade e a democracia, entendo ser meu dever lançar mais esta reflexão à arena pública, contribuindo, com meu ponto de vista, ao debate aberto e plural deste “case” empresarial relevante ao país.

De fato, a CVM aprovou a dupla listagem da JBS no Brasil e nos EUA, permitindo que suas ações sejam negociadas simultaneamente na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e a B3, no Brasil.

Realmente, a entrevista me surpreendeu e impressiona. O país deveria se orgulhar de ter empresários deste porte e que provaram objetivamente sua competência com seu sucesso, aliás, que será inédito para o Brasil quando a JBS ingressar na S&P 500 (Standard & Poor’s 500), o que está para acontecer.

A sua fala na entrevista foi simples, direta e cativante. Ecoou como a síntese do ethos que impulsiona não apenas sua jornada pessoal e seus valores familiares, mas também o colossal empreendimento brasileiro que se transformou a JBS. Com um time de 280 mil pessoas, aquela organização empresarial não é apenas uma gigante global — é o reflexo de uma cultura empresarial forjada, dentro do Brasil, na unidade familiar, na eficiência e obstinação, construída com suor e na vontade inquebrantável de empreender e vencer.

O empresário fala com orgulho do pai, da mãe, da parceria com o irmão, do valor da família, o que lhe torna ainda mais admirável e lhe alça ao status de paradigma a inspirar todo o Brasil, especialmente nossos jovens.

O JBS-Case e o Espírito Empreendedor ingressa doravante no currículo da disciplina de Direito Econômico da renomada Faculdade de Direito da PUC-SP. Todos os meus alunos o estudarão.

A história da JBS não é apenas uma curva ascendente nos gráficos de capitalização — é um testemunho brasileiro da unidade familiar, do trabalho árduo e da visão empresarial, comprovando que, em nosso país, é possível sonhar.

Ao compartilhar a incrível história empresarial de sua família, o empresário Wesley Batista toca num ponto central do capitalismo moderno: a confiança, a competência e obstinação como ativo corporativo, que o mercado precifica.

Diferentemente de modismos financeiros e aventuras especulativas, ficou claro que a JBS se consolidou mediante sua trajetória concreta — muitas vezes incompreendida, às vezes criticada — mas, inegavelmente, vitoriosa. Começou como um pequeno negócio em Goiás, tornou-se uma das maiores processadoras de proteínas do planeta, operando em escala global.

A JBS está prestes a atingir um marco histórico: será a primeira Companhia brasileira do setor de alimentos a ter suas ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a partir de 12 de junho de 2025. Esse feito — que representa mais que uma conquista financeira — é a prova cabal da concretude do discurso de superação, energia, otimismo e unidade familiar dos Batistas.

A verdade que se hospeda na história da JBS é que o Brasil pode mais; e, como dito, se olharmos com bons olhos o nosso país, podemos ser otimistas.

É fato que temos o necessário para transformar o Brasil em um país pujante e líder mundial, farol da humanidade. Não podemos cair na patologia do discurso derrotista que paralisa a livre iniciativa nacional, embora tenhamos que ficar atentos para defender o Brasil contra a marcha bolivariana.

Com a listagem na NYSE, a JBS ingressa em um novo patamar de governança e exposição internacional. A movimentação abriu caminho não apenas para acesso a fontes mais vantajosas de financiamento, mas também à inclusão da JBS no S&P 500 — um dos principais índices de desempenho empresarial do mundo.

Estar no S&P 500 significa estar entre os “500 gigantes” da economia mundial. Com isto a JBS passará a acessar um volume de investidores e recursos gigantesco.

A inclusão da JBS no S&P 500 indubitavelmente será um feito empresarial inédito para o Brasil. A JBS será a primeira Companhia brasileira a conquistar esta posição.

Insisto em dizer: impressionante, especialmente diante de sua origem simples. Será como ganhar um “Nobel” dos negócios. Isto há de ser dito e noticiado aos quatro cantos do país: parabéns!

Este feito inexoravelmente alça os irmãos Batista à posição de uns dos mais relevantes empresários brasileiros de todos os tempos. Certamente serão lembrados. Hoje sinceramente torço por eles, porque significa torcer pelo Brasil.

O Brasil, por meio da JBS, finca sua bandeira em Wall Street com musculatura empresarial própria e comprova o posicionamento estratégico de inserção global de nosso país.

Trata-se, assim, de uma façanha empresarial que reposiciona o Brasil no tabuleiro global do capitalismo
e comprova a força e o potencial do povo de nossa nação.

Este fato vai muito além da celebração empresarial. Há nele uma concepção de Brasil que contrasta com o pessimismo diante das dificuldades de equilíbrio fiscal que enfrentamos em nossa nação.

É claro que esse processo não está isento de desafios; e, assim, que tenham cuidado, pois as armadilhas virão. Críticas surgem e diante de tanta visibilidade se intensificarão, pois ninguém é perfeito, principalmente em um cenário internacional cada vez mais competitivo e pautado por ESG. Todavia, a resposta da JBS tem sido clara: maior transparência, melhores práticas e uma disposição inequívoca de desenvolvimento institucional permanente.

Neste contexto, o otimismo de Wesley Batista não é ingênuo. Está forjado na adversidade atestado por seu histórico pessoal e testado pela complexidade de gerir uma organização empresarial global sob os olhares atentos de investidores, governos e sociedade civil; assim como de seus concorrentes.

A meu ver, o que mais o diferencia e contagia é a recusa em ver o Brasil como um projeto falido. Para ele, ficou claro que o nosso país é um canteiro de oportunidades.

Deixa a lição de que não se trata de soberba, mas de obstinação e firmeza para agir no que for necessário.

A energia de quem acredita no que faz, de quem ama sua missão, irradia confiança — e essa confiança é contagiante.

Enfim, a JBS materializa a mentalidade que precisamos adotar: aquela que acredita no Brasil, aonde, com competência, trabalho, coragem e amor pelo que se faz, é possível transformar uma história familiar de luta pela subsistência em uma incrível potência empresarial global.

Estou convencido, se o Brasil encarnar esse espírito, seguramente prosperaremos com sentido, eficiência e dignidade.

* Ricardo Sayeg. Jornalista. Jurista Imortal da Academia Brasiliense de Direito e da Academia Paulista de Direito. Professor Livre-Docente de Direito Econômico da PUC-SP e do Curso de Recuperação de Empresas do Insper. Doutor e Mestre em Direito Comercial. Oficial da Ordem do Rio Branco. Presidente da Comissão de Direito Econômico Humanista do IASP. Presidente da Comissão Nacional Cristã de Direitos Humanos do FENASP. Comandante dos Cavaleiros Templários do Real Arco Guardiões do Graal.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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