
Dois vídeos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador registraram o momento em que a pastora Adnailda Souza Santos, de 42 anos, chegou ao 16º Centro de Saúde Maria Conceição Imbassahy, conhecido como UPA do Pau Miúdo.
Dina, como era chamada, faleceu na noite de terça-feira (11) enquanto aguardava atendimento na unidade de saúde.
Em nota ao portal iG, a SMS lamentou a morte e ratificou seu compromisso com a vida do cidadão. Segungo a pasta, todo acolhimento, empenho e assistência disponível na unidade foi prestada à paciente. ( Veja a nota completa abaixo).
Nas imagens, é possível ver que a pastora foi atendida por profissionais de saúde às 17h23. Dois funcionários da UPA aparecem conduzindo Dina para o interior da unidade em uma cadeira de rodas, em um processo que durou cerca de dois minutos. Em outro vídeo, ela já está dentro da UPA, acompanhada pelos mesmos profissionais.
Segundo o site Correio 24 horas, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou, nesta quinta-feira (13) que não houve demora no atendimento à paciente.
Para ele, as imagens comprovam que o intervalo entre a chegada de Dina à unidade e sua morte foi de 1h08, diferente das mais de três horas de espera apontadas pela família.
O portal ainda fala que Dina era asmática e havia buscado atendimento médico pela segunda vez no mesmo dia. Após o agravamento de seu quadro, os profissionais da UPA tentaram reanimá-la por aproximadamente 40 minutos, sem sucesso. A SMS também divulgou uma cronologia detalhada dos eventos para esclarecer os fatos.
Veja a nota completa da secretária abaixo
"Prezando pela transparência das informações e serviços prestados, a Secretaria Municipal da Saúde teve acesso às imagens das câmeras de segurança da unidade e analisou a cronologia do atendimento, que segue abaixo. Mais uma vez, a SMS ratifica seu compromisso com a vida do cidadão e lamenta com pesar o óbito ocorrido; em tempo destaca que todo acolhimento, empenho e assistência disponível na unidade foi prestada à paciente.
Às 17:23:00h, a paciente chega na unidade e é acolhida por dois maqueiros.
Às 17:25:00 a paciente passa direto na recepção da classificação de risco, acolhida e conduzida em cadeira de rodas por profissionais da UPA, que orientaram para que um responsável fizesse a ficha de cadastro na recepção. A mesmo seguiu direto para a sala de acolhimento sem pegar fila. Já na sala, são colhidas as primeiras informações por uma enfermeira e a paciente é classifica na cor laranja, com prioridade no atendimento.
Às 17:27:21h o marido chega na sala da classificação.
Às 17:29:40h a paciente é conduzida para antessala do médico, sem passar por fila na recepção devido a classificação laranja.
Às 17:30:00h, já na antessala do médico, ela continua sendo acompanhada por um preposto na UPA que, de acordo com a imagens, a auxilia (segurando seu braço) para que a mesma não caísse da cadeira. Neste momento, o marido já começa a falar alto e reclamar (três minutos após ele passar pela recepção). Os funcionários explicam que o médico já havia sido acionado e prestaria logo o atendimento, médico este que estava em ligação telefônica intermediando junto à central estadual de regulação tratando da transferência de outro paciente grave que também estava na unidade.
17:30:55h, 55 segundos em espera, o marido começa a gravar e continua falando alto e reclamando da suposta demora de atendimento, e é alertado pelo preposto sobre a proibição do uso de celular no ambiente interno da UPA.
Às 17:31:29h, o preposto da UPA faz sinal para chamar a enfermeira líder, sinalizando para a necessidade de rápida intervenção; e o marido continua gravando pelo celular.
Às 17:31:48h, a enfermeira líder abre a porta do consultório médico para sinalizar sobre o atendimento em espera. Como dito anteriormente, o mesmo finalizava ligação telefônica onde intermediava a regulação de um outro paciente grave.
Às 17:32:28h, o médico solicita a entrada da paciente em consultório.
Neste momento, (17:32:28h), devido as falas em tom elevado, os policiais chegam para entender a situação, sem nenhum uso da força, agressão ou intimidação do familiar. Ficam em pé ao lado do mesmo, observando a situação.
Às 17:32:50h, o preposto da unidade tenta adentrar com a paciente no consultório médico ainda na cadeira de rodas, sob olhar e prontidão para auxílio de um dos policiais. Devido ao estado da paciente, a mesma foi encaminhada diretamente para a sala de estabilização.
Às 17:33:12h, o preposto da unidade conduz a paciente para a sala. Ela tenta se levantar e é orientada pela assistente social a permanecer sentada para evitar acidentes. Os policiais também continuam em cena, sem nenhum tipo de abordagem aos familiares. Na sala de estabilização, já era aguardada pelas enfermeiras.
Às 17:34:01, um proposto da unidade já aparece com um segundo cilindro de oxigênio para ser dispensado à paciente, já que a dificuldade para respirar era uma das queixas.
Às 17:34:17h, 4 minutos e 17 segundos depois, o médico se dirige ao atendimento da paciente. Nesse momento, um policial continua conversando calmamente com o marido, juntamente com a assistente social.
Às 17:36:36h, uma enfermeira chega correndo com kits de suporte para o atendimento.
Às 17:36:39h, outros profissionais adentram a sala portando o carro de emergência com demais materiais para o suporte avançado de vida. Mais enfermeiras chegam para auxiliar no atendimento.
Até às 17:40:33, é possível observar nas imagens todo o empenho dos profissionais em prestar uma rápida assistência à paciente, que permanece em atendimento com o médico e enfermeiras na sala de estabilização. Nesse momento, um novo cilindro de oxigênio é dispensado no local.
Às 17:56:20h, mais um cilindro de oxigênio é dispensado. A paciente permanece em parada cardiorrespiratória, mesmo após diversas manobras de estabilização.
Às 18:31:00h, é constatado o óbito após 46 minutos de tentativas de ressuscitação.
O tempo total de atendimento foi de 01 horas e 08 minutos".