A ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que desabou entre os estados do Maranhão e Tocantins nesse domingo (22) já era considerada uma estrutura em estado "ruim" de conservação, segundo inspeções realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Nesta segunda-feira (23), o número de mortos subiu para três e o de desaparecidos, para 15.
Relatórios de manutenção rodoviária atualizados até julho de 2019 que a Folha de S. Paulo teve acesso colocavam a ponte na categoria "amarela", com uma "nota 2" para a estrutura — sendo 1 o estado mais crítico e cinco o melhor, de acordo com o Índice de Condição de Manutenção.
A classificação 2 significa que a ponte pode apresentar problemas de estrutura ou funcionamento que requerem atenção prioritária. Isso pode incluir danos no concreto, fissuras ou exposição de armaduras, falhas em fundações ou pilares, desgaste, entre outros.
Segundo os dados, das 121 pontes federais do Tocantins, 10 foram classificadas na mesma situação da que caiu nesse domingo, conforme informações mais recentes incluídas no relatório geral de operações rodoviárias, de maio de 2023.
Ainda conforme os dados, a maior parte das pontes do estado estava em situação boa (57 delas) e 46 estavam regulares. Outras duas estavam "péssimas" e somente uma classificada como "excelente".
Cinco pontes não foram classificadas pelo relatório.
Nas redes sociais, moradores e políticos denunciavam as péssimas condições da ponte. O vereador Elias Cabral Junior (Republicanos), inclusive, capturou uma parte da queda da ponte enquanto denunciava a precariedade do local.
"Essa ponte já tem mais de 60 anos de existência e, como vocês podem ver através das redes sociais, do noticiário... Tem mostrado bastante que a ponte já não está mais suportando o grande fluxo de veículos pesados que passam por aqui", disse ele em vídeo, pouco antes de ela cair.
À Folha, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que a pasta já tomou medidas cabíveis para examinar a situação, ao ser questionado sobre os dados que mostram a situação em que a ponte estava. "Uma sindicância vai apurar causa e responsabilidade", afirmou ao jornal. O Dnit não se manifestou.