Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Francisco das Chagas Lisboa, foram presos no âmbito da operação Martellus
Montagem iG - Câmara dos Vereadores de Boa Vista/Reprodução
Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Francisco das Chagas Lisboa, foram presos no âmbito da operação Martellus

A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (18), o  vereador e presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Francisco das Chagas Lisboa, suspeitos de integrarem um esquema criminoso que recebia dinheiro do tráfico  de drogas para comprar votos nas eleições municipais de 2024. A ação acontece um dia após o vereador ser diplomado.

Segundo as investigações, Genilson usava o dinheiro do tráfico de drogas para comprar votos dos eleitores em Boa Vista para se reeleger. Ele foi reeleito com 3.744 votos e vai para o seu terceiro mandado seguido na Câmara de Boa Vista. De acordo com a PF, o esquema criminoso recebeu ao menos R$ 1 milhão. Os votos eram comprados por valores entre R$ 100 e R$ 150.

Genilson já havia sido preso em flagrante em 6 de outubro, no dia das eleições, após ser flagrado pela Polícia Federal com R$ 26 mil em espécie, arma e ouro em forma bruta, além da prática dos crimes de corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Ele foi liberado após impetrar habeas corpus.

No dia anterior à prisão de Genilson, dez pessoas ligadas à sua campanha já haviam sido presas. Na ocasião, um suspeito, apontado como líder da campanha do vereador, teria cooptado eleitores para votar nele.

O coronel Francisco Lisboa, nomeado como subcomandante no dia 20 de novembro, mantinha o vereador informado sobre denúncias recebidas sobre a compra de votos, quebrando o sigilo do canal de comunicação da PM.

Segundo a PF, o esquema liderado por Genilson era apoiado por agentes públicos, incluindo o subcomandante da PM. Eles tinham um grupo num aplicativo de mensagens onde os envolvidos faziam as prestação de contas sobre o esquema.

Investigação da PF

Ao todo, a PF cumpre 18 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima. Destes, 12 já foram cumpridos. A polícia também apreendeu armas na operação.

A esposa de Genilson, a policial civil Natalie Guimarães, também foi presa. Os advogados do vereador classificam a prisão como "arbitrária, injusta e ilegal". Já a PM disse, em nota, que acompanha o caso.

Os investigados da Operação Martellus  poderão ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.

O que dizem as defesas

Nota da defesa de Genilson Costa

A decisão que decretou a prisão temporária do Vereador Genilson é arbitrária, injusta e ilegal. Não há fatos novos que justifiquem essa nova prisão e a nova busca e apreensão. A defesa confia que o Tribunal Regional Eleitoral, assim como fez na outra ocasião, corrigirá essa injustiça.

Nota da Polícia Militar

A Polícia Militar de Roraima (PMRR) informa que, na manhã desta quarta-feira (18), tomou conhecimento da Operação Martellus, conduzida pelo Departamento de Polícia Federal, que apura a prática de crimes eleitorais relacionados ao pleito de 2024.

Entre os envolvidos, consta o nome de um membro da Corporação, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas. A PMRR está acompanhando o caso de perto e reforça ser a maior interessada no total esclarecimento dos fatos que motivaram a operação, sempre respeitando os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

A PMRR reafirma seu compromisso com o cumprimento das leis, com os direitos e deveres estabelecidos, valores que norteiam a conduta de todos os seus integrantes e sendo seguida rigorosamente pela Instituição.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!