O governo tenta acelerar a tramitação de um pacote de cortes de gastos enquanto enfrenta resistência no Congresso . Nesta terça-feira (3), o líder governista na Câmara , José Guimarães (PT-CE), apresentou um pedido de urgência para as medidas orçamentárias , mas insatisfações com novas regras de emendas parlamentares levaram ao adiamento da votação para quarta-feira (4).
Com o objetivo de economizar R$ 375 bilhões até 2030, as propostas incluem mudanças em áreas sensíveis como aposentadorias e salário mínimo, visando conter o avanço do déficit público. Entretanto, as regras impostas pelo STF para rastrear emendas acirraram os ânimos entre parlamentares, que acusam o Executivo de ter apoiado a decisão do tribunal.
Nos bastidores, líderes como Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA) hesitaram em assinar o requerimento, mas acabaram cedendo no início da noite de terça-feira. Ambos perderam influência política recente após a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara ganhar o apoio do atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), e do PT.
Segundo Guimarães, o pedido foi formalizado às 19h27, durante uma sessão já em andamento. Caso a urgência seja aprovada, as medidas poderão ser votadas no plenário ainda esta semana. Porém, se o requerimento for rejeitado, os textos terão que passar por uma comissão especial, o que dificultaria a aprovação antes da Lei Orçamentária Anual.
A equipe econômica considera a aprovação crucial para o ajuste fiscal e está disposta a negociar alterações nos projetos para conquistar o apoio necessário. A votação desta quarta-feira será decisiva para o governo Lula avançar em sua agenda econômica.