PF aponta General Braga Netto como arquiteto da tentativa de golpe

De acordo com investigações, Bolsonaro era o principal beneficiário da tentativa de golpe

Braga Netto é um dos aliados de Bolsonaro indiciado pela PF
Foto: Valter Campanato/Agência Brasi
Braga Netto é um dos aliados de Bolsonaro indiciado pela PF

A Polícia Federal ( PF ) apontou que o general da reserva Braga Netto  foi a principal figura responsável pelo planejamento e execução da tentativa de golpe de Estado que buscava manter Jair Bolsonaro ( PL ) no poder após sua derrota nas eleições de 2022

De acordo com investigações, Bolsonaro era o principal beneficiário da tentativa de golpe e comandante da tentativa frustrada de golpe. Tanto o general e o ex-presidente foram indiciados pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa. 

Crimes cometidos


No entanto, na visão de dois investigadores ouvidos pela imprensa, Braga Netto era “a cabeça pensante” por trás da "operacionalização do golpe". 

Entre os documentos já tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), destaca-se uma reunião ocorrida em 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto. Na ocasião, foi discutido um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.  

Caso o plano fosse executado, Braga Netto integraria um "Gabinete Institucional de Gestão da Crise", que seria criado para gerenciar a situação no futuro governo golpista. A PF suspeita que, dada a influência acumulada pelo general, ele poderia até mesmo derrubar Bolsonaro e assumir o comando do país.  

Apoio militar 


Braga Netto, general de exército – o segundo cargo mais alto na hierarquia militar –, desempenhou um papel crucial na adesão de outros militares ao golpe. Sua posição e influência dentro das Forças Armadas deram credibilidade ao plano, que atraiu o apoio de diversos oficiais.  

Entre os 37 indiciados pela PF, 25 são membros das Forças Armadas, incluindo os ex-comandantes do Exército, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos.  

Com base no inquérito, a PF enquadrou os envolvidos nos crimes de “golpe de Estado”, “abolição violenta do Estado de Direito” e “organização criminosa”. Esses crimes podem levar a penas que variam de 3 a 15 anos de prisão, dependendo da gravidade e do grau de envolvimento de cada réu.  

O caso segue agora para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a denúncia contra os indiciados. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) continuará supervisionando os desdobramentos das investigações, especialmente devido ao envolvimento de autoridades de alto escalão.  

Repercussão

A revelação do papel de Braga Netto e os indiciamentos geraram reações em todo o espectro político. Líderes governistas pediram punição exemplar para os envolvidos, enquanto aliados de Bolsonaro questionaram a investigação, alegando suposta perseguição política.  

O general Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciaram oficialmente sobre os indiciamentos.