Lula promete não interferir na eleição para presidência da Câmara: "É coisa do Congresso"

Presidente reafirma respeito à autonomia do Congresso e defende investimento em educação e saúde

Lula durante entrevista
Foto: Reprodução: redes sociais - 15/06/2023
Lula durante entrevista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (17) que não interferirá na eleição que escolherá o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara , marcada para fevereiro de 2025.

"Tenho como prática política não me meter na escolha", afirmou. Lula destacou que respeita a autonomia do Congresso e que o futuro presidente será aquele eleito pelos parlamentares. 

"É uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia, o presidente será aquele que foi eleito. Aquele que foi eleito, goste dele ou não goste, eu vou conversar. E vou tratá-lo como presidente da Câmara. É assim que eu faço. Eu não vou nunca apresentar para o presidente da Câmara um projeto de meu interesse pessoal. Eu vou apresentar projeto de interesse do povo brasileiro", afirmou o presidente em entrevista ao jornalista Mário Kertész, da Rádio Metrópole, na Bahia.

Atualmente, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), apoiado por Lira, já conta com 186 votos. Com o respaldo do presidente do PP, Ciro Nogueira, e a sinalização de apoio do PL, partido com a maior bancada da Câmara, Motta está bem posicionado. O Republicanos também contribui com 44 parlamentares, e a bancada do MDB, próxima de Motta, deve apoiar sua candidatura.

Durante a entrevista à Rádio Metrópole, Lula também defendeu que educação e saúde não devem ser vistos como gastos. Ele expressou irritação com a ideia de que o governo "gasta com o pobre".

"Uma coisa que eu fico muito irritado é que tudo que o governo faz é gasto. Se um banqueiro disser que está fazendo banheiro, é investimento", criticou. Para ele, o verdadeiro gasto ocorre quando se destina dinheiro a prisões, devido à falta de educação.

"Para mim, educação não é gasto. Para mim, saúde não é gasto. Veja quanto custa para o país uma pessoa doente", reforçou o presidente.

Em uma entrevista paralela, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não tem para quem passar a "batata quente" dos gastos e que questões estruturais precisam ser resolvidas. "Temos agora que resolver antes a questão da reestruturação da despesa", disse, destacando a importância dessa mudança na dinâmica orçamentária e no impacto da dívida pública.

Na mesma entrevista, o presidente Lula disse que pode "acabar" com as apostas esportivas no Brasil, caso a regulamentação das mesmas não seja suficiente. 

"Nós vamos ver se a regulação dá conta; se não der conta, eu acabo, que fique bem claro. Porque você não tem controle de criança com celular na mão fazendo aposta, e nós não queremos isso", afirmou.

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