Ana Lucia Galache enganou exército durante 30 anos para receber pensão
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Ana Lucia Galache enganou exército durante 30 anos para receber pensão


Ana Lucia Umbelina Galache de Souza recebe, desde 1988, uma pensão da Justiça Militar por ser filha de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Ao todo, ela recebeu R$ 3,7 milhões. Porém, a mulher nunca teve um pai militar.

De acordo com o Metrópoles, quando a menina tinha 15 anos, recebeu ajuda da vó, Conceição, para mudar de nome (adotou o sobrenome Zarate) e fez uma papelada afirmando ser filha de Vicente Zarate , tio-avô e, de fato, soldado. A ideia é que ambas recebessem pensão da Justiça Militar e compartilhassem o valor.

A pensão evoluiu até alcançar o valor mensal de R$ 8 mil. Porém, em 2021, a vó da menina (então uma mulher com 52 anos) ficou insatisfeita com a quantia que a neta transferia para ela e fez uma denúncia para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. 

Processo e prisão

Um processo do TCU (Tribunal de Contas da União) revelou a Globo o trecho: "Em 2021, Conceição, descontente com a parcela da pensão que lhe era transferida por sua neta, registrou a denúncia sobre a fraude, perante a Polícia Militar. No entanto, não chegou a ser inquirida na sindicância administrativa nem no inquérito policial, pois faleceu em maio de 2022."

Ana Lucia prestou depoimentos e disse ue sabia que os atos eram ilegais e que a identidade era falsa. Ela evitava usar a identidade com “Zarate” para outros assuntos não relacionados à pensão.

Em 2023 a Justiça Militar condenou Ana Lucia a uma pena de três anos de prisão, além de devolução dos valores recebidos adicionado a multas. “Considerando que o benefício militar foi recebido de forma absolutamente fraudulenta, julgo irregulares as contas da responsável, condeno-a em débito, cujo valor atualizado é de R$ 3.194.516,77, e à multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992", escreveu o relator, ministro Walton Alencar Rodrigues.

A mulher entrou com uma defesa pela Defensoria Pública da União (DPU) e disse que o fez sem dolo, ou seja, sem intenção criminal; ela recorreu das decisões. O caso segue pendente.

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