Um supervisor de um restaurante Madero em Águas Claras, DF , foi acusado de assédio moral e gordofobia contra uma ex-funcionária após insistir que ela emagrecesse e monitorar frequência de visitas à academia dela e de outros empregados
A funcionária que relatou a situação tem 25 anos e informou ao Metrópoles que o chefe fez um grupo no WhatsApp com diversos funcionários e pedia para ela usar cintas de emagrecimento para o trabalho.
Em prints de conversa, é visto que ele também fazia comentários constantes sobre peso e aparência dos funcionários, e chegou a sugerir cirurgias de emagrecimento para funcionárias.
O Madero disse que “repudia qualquer forma de discriminação” e “adota políticas rigorosas e realiza treinamentos constantes para assegurar um ambiente de trabalho ético, inclusivo e respeitoso [...] Sobre o processo em questão, a empresa informa que apresentou, tempestivamente, a sua defesa e os esclarecimentos necessários nos autos da Reclamatória Trabalhista.”.
Kilos mortais
O grupo era chama “ Kilos Mortais ” e continha diversos funcionários que o chefe considerava acima do peso. O nome é uma referência a um programa de emagrecimento em reality show.
Dentro do grupo, ele cobrava a presença dos funcionários na academia, questionava os que não iam, e ainda fazia comentários elogiando a própria aparência.
“Participar desse grupo era obrigatório. Se eu não aparecesse na academia, era repreendida”, disse a relatora. “A pressão era tanta que, em algumas reuniões, eu não conseguia segurar as lágrimas.”
O advogado da vítima, Danilo Matos , disse que “o que ocorreu no Madero é uma violação dos direitos humanos básicos [...] O assédio moral, combinado com a discriminação por gordofobia, cria um ambiente de trabalho tóxico, que pode ter sérias consequências para a saúde mental.”