Sem citar ataque ao Irã, Itamaraty pede que Israel pare conflito com o Líbano

Governo Brasileiro está estudando as informações sobre o conflito com o país iraniano e pretende se manifestar nessa quarta-feira (2)

Segundo o texto do Itamaraty, o conflito viola a Carta da ONU e as resoluções do Conselho de Segurança
Foto: Agência Brasil
Segundo o texto do Itamaraty, o conflito viola a Carta da ONU e as resoluções do Conselho de Segurança

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty , publicou uma nota, no fim da tarde desta terça-feira (1), ressaltando a preocupação com a realização de operações militares terrestres do exército de Israel no Sul do Líbano . Confira a publicação na íntegra abaixo.

A nota não cita o ataque sofrido por Israel com mísseis iranianos. Segundo informações da CNN , o Governo Brasileiro está estudando as informações e pretende se manifestar nessa quarta-feira (2).

Segundo o texto do Itamaraty , o conflito viola a Carta da ONU e as resoluções do Conselho de Segurança e condenou a continuidade dos ataques aéreos israelenses.


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Relacionamento entre Lula e Israel

Em fevereiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva c riticou os ataques de Israel em Gaza , os chamando de “um genocídio” e fez referência às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra o povo judeu.

Na época, deputados federais de oposição divulgaram que iriam protocolar um pedido de impeachment , o que não foi aceito. 

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, anunciou que as palavras do presidente do Brasil foram  “vergonhosas” e “graves”.

“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha", afirmou Netanyahu, enfatizando a gravidade das declarações de Lula.

Após a polêmica, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz declarou que Lula é uma persona non grata em Israel.

Tensões entre Israel e Irã

Nesta terça-feira, a Guarda Revolucionária Iraniana confirmou que lançou mísseis contra Israel. De acordo com a imprensa local, foi possível ouvir  explosões em Tel Aviv.

Além da explosão, um ataque a tiros atingiu a cidade. Segundo a AFP, há sete feridos em "suposto ataque terrorista", anunciam polícia e socorristas.

O governo israelense pediu que moradores se protegessem.

Fontes israelenses indicaram que os alvos do possível ataque incluem três bases aéreas militares e uma sede de inteligência ao norte de Tel Aviv, que foi evacuada na tarde do mesmo dia. 

A Embaixada dos EUA em Israel emitiu ordens para que seus funcionários retornassem para casa e se preparassem para se abrigar, a primeira instrução desse tipo em meses. Além disso, navios e aeronaves americanas estão posicionados na região para apoiar Israel.

Confira a nota do Itamaraty completa: 

O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, a realização de operações militares terrestres do exército de Israel no Sul do Líbano, em violação ao direito internacional, à Carta da ONU e a resoluções do Conselho de Segurança. Também deplora a continuidade dos ataques aéreos israelenses a várias regiões do país, que provocaram, desde o passado dia 17, a morte de mais de 1000 pessoas, incluindo 2 adolescentes brasileiros e seus pais, assim como um saldo de milhares de feridos.

Ao reafirmar a defesa do pleno respeito à soberania e à integridade territorial do Líbano, o Brasil insta Israel a interromper imediatamente as incursões terrestres e os ataques aéreos a zonas civis densamente povoadas naquele país.

O governo brasileiro renova, ainda, apelo a todas as partes envolvidas para que exerçam máxima contenção e para que alcancem, com a máxima urgência, cessar-fogo permanente e abrangente.

Recorda a necessidade de cumprimento da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em particular, o chamado à completa cessação de hostilidades entre Israel e o Hezbollah e ao respeito à Linha Azul, bem como conclama a comunidade internacional para que se valha de todos os instrumentos diplomáticos à disposição a fim de conter o agravamento do conflito.

A Embaixada em Beirute continua a monitorar a situação dos nacionais no Líbano, em contato permanente com os brasileiros no país, aos quais continua a prestar assistência consular emergencial. O Itamaraty e o Ministério da Defesa organizam conjuntamente a realização de voo de repatriação para retirada de brasileiros.

O governo brasileiro reitera o alerta para que todos deixem as áreas conflagradas, sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tanto, procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação para voos comerciais.

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