Pela primeira vez desde que nasceram há nove meses, as siamesas Lara e Larissa Cardoso, unidas pelo tórax, abdômen e genitália, deixaram o hospital e foram para a casa na quarta-feira (7). As informações são do g1.
A família das gêmeas é de Parauapebas, no Pará, mas elas nasceram em Goiânia - onde há uma equipe especializada no acompanhamento de siameses.
Lara e Larissa nasceram prematuramente em 11 de outubro de 2023, com 34 semanas de gestação, no Hospital Estadual da Mulher (Hemu). Elas foram encaminhadas para a UTI logo após o parto e depois foram transferidas para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em janeiro de 2024, onde permaneceram na UTI até março.
A cirurgia de separação é uma expectativa da família e da equipe médica, mas ainda não há data prevista para o procedimento.
"Elas ainda são muito fracas. Precisam ganhar peso e estabilizar a parte respiratória, para depois serem reavaliadas”, contou Kátia Cardoso, mãe das meninas, ao g1.
Segundo o Hecad, as pequenas passaram por diversas intercorrências durante a internação, como paradas cardiorrespiratórias, síndrome do desconforto respiratório, hipertensão pulmonar e sepse.
Malformações
De acordo com informações do Hecad, as pequenas compartilham abdômen, genitália e tórax, incluindo o pericárdio, a membrana que envolve o coração. Além disso, elas compartilham os aparelhos digestivo, reprodutivo e excretor.
As duas se alimentam via sonda e Larissa precisa suplementar oxigênio com cateter para respirar.
Ao g1, o médico Zacarias Calil, conhecido por realizar cirurgias de separação de siameses, disse que o caso de Lara e Larissa é o mais difícil que já atendeu.
“Caso [das gêmeas] é o mais complexo porque elas têm várias outras malformações associadas, principalmente na parte do sistema urinário”, afirmou o médico.
Larissa já passou por uma cirurgia no coração para corrigir um problema cardíaco. “Foi feito o fechamento de um canal que ela apresentava que misturava o sangue no coração”, explicou Calil.
Kátia informou que a família irá residir em Goiânia para que as bebês possam continuar o acompanhamento médico com a equipe especializada.
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