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"Ele nunca foi devidamente punido", diz a jovem

Carolina Arruda , de 27 anos, revelou uma série de abusos, ameaças e agressões que sofreu. A jovem ficou conhecida em todo o país por relatar sua relação com a neuralgia do trigêmeo, uma condição descrita como a "pior dor do mundo". Ela compartilhou essas experiências em vídeos publicados nas redes sociais, após perceber que tratar a dor física exigia também enfrentar a dor emocional gerada por traumas da infância e adolescência.

Em um dos vídeos, Carolina detalhou um episódio de tentativa de abuso ocorrido em 2020, em Bambuí, sua cidade natal. Na época, ela estava começando seus estudos em medicina veterinária. Carolina relatou que o agressor, um vizinho, usou sua posição de confiança para atacá-la.

O homem, que morava com a esposa enfermeira, solicitou sua ajuda para administrar um remédio ao cachorro. Carolina, ao chegar na casa do vizinho por volta das 19h30, descobriu que a esposa não estava presente, pois havia alterado seu horário de trabalho há duas semanas – uma informação que o agressor omitiu de propósito.

"Eu sempre usava uma camiseta com 'Medicina Veterinária'. Quando cheguei para ajudar, ele me atacou assim que eu entrei, me prendeu pelos braços e tentou me despir com a boca. Naquele dia, não consegui gritar, pois estava sem voz devido a uma cirurgia recente que havia paralisado os músculos da face", contou Carolina.

Ela registrou a denúncia na Polícia Militar, que inicialmente classificou o caso como importunação sexual. Posteriormente, Carolina descobriu que o mesmo agressor havia sido denunciado por outras duas jovens.

Essas revelações fazem parte do processo de enfrentamento dos traumas emocionais e físicos que Carolina está passando. Ela acredita que só ao lidar com essas dores do passado poderá encontrar um tratamento eficaz para a neuralgia do trigêmeo, condição que a aflige intensamente.

"Eu só lembrei da Carolina de seis anos, que também não conseguiu gritar por motivos diferentes. Eu consegui tirar uma força que eu não sei de onde veio. Eu consegui escapar pela lateral em um momento que ele se descuidou e levantou o braço e aí eu consegui escapar e fugir", relatou.

"Ele nunca foi devidamente punido. Apenas pagou uma multa e teve restrições à noite, enquanto eu continuei enfrentando uma onda de abusos", concluiu.

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