Cármen Lúcia
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Cármen Lúcia

A ministra Cármen Lúcia acompanhou o voto do relator Alexandre de Moraes para condenar Fátima Mendonça Jacinto, conhecida como Fátima de Tubarão, a 17 anos de prisão pelos ataques golpistas de 8 de janeiro . A decisão foi proferida no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF).

O julgamento começou na sexta-feira (2) e está previsto para se encerrar às 23h59 da próxima sexta-feira (9), com os ministros depositando seus votos no site do STF. Moraes foi o primeiro a votar, seguido por outros ministros.

Alexandre de Moraes determinou que Fátima de Tubarão cumpra 15 anos em regime fechado e pague uma multa equivalente a R$ 43 mil, além de uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões. A decisão também incluiu o pagamento de correção monetária.

A ministra Cármen Lúcia e outros ministros, como Dino e Zanin, também votaram pela condenação, com Zanin reduzindo a pena para 15 anos, sendo 13 anos e seis meses em regime fechado, e diminuindo a multa para R$ 2 mil. A indenização de R$ 30 milhões foi mantida.

Fátima foi condenada pelos seguintes crimes:

  • Golpe de Estado
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Associação criminosa armada
  • Deterioração de patrimônio tombado
  • Dano qualificado
  • Reação da Defesa
Fátima Tubarão foi presa pela PF em Santa Catarina, após os atos do dia 8 de janeiro
Reprodução/Twitter - 08.01.2023
Fátima Tubarão foi presa pela PF em Santa Catarina, após os atos do dia 8 de janeiro

A defesa de Fátima de Tubarão anunciou que recorrerá ao final do julgamento virtual. Em um vídeo publicado no Instagram, o escritório Folle e Falchetti afirmou que "esgotará todos os recursos previstos no âmbito do regimento interno do STF" e não descartou a possibilidade de recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos. A defesa criticou a decisão e prometeu lutar por justiça em instâncias superiores.

Fátima de Tubarão foi flagrada em um vídeo durante os ataques golpistas, dizendo: "Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!" e em outra mensagem afirmando que "cagou no vaso do Xandão". Essas gravações foram obtidas através da quebra de sigilo telefônico.

Ela foi detida em 27 de janeiro de 2023, durante a 3ª fase da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal. Desde sua detenção, a defesa fez cinco pedidos de liberdade, todos negados por Moraes. As solicitações ocorreram em 3 de abril, 10 de outubro e 15 de dezembro de 2023, e em 3 de abril e 2 de julho de 2024.

O julgamento virtual prossegue, com a expectativa de que os votos dos demais ministros sejam depositados até o final do período estipulado.

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