Vídeo mostra indígenas da tribo dos Mashco Piro, que vivem na Amazônia peruana na fronteira com o Brasil
Reprodução/Twitter/@Survival
Vídeo mostra indígenas da tribo dos Mashco Piro, que vivem na Amazônia peruana na fronteira com o Brasil

A Organização Não Governamental (ONG) Survival Internationa l divulgou, nesta terça-feira (16), imagens raras de membros da tribo indígena  Mashco Piro , considerada uma das mais isoladas do mundo. Os registros foram feitos em junho e aconteceram às margens de um rio em Madre de Dios, uma província do sudeste do Peru que faz fronteira com o Brasil, na Amazônia . Veja abaixo. 

Segundo a ONG, os indígenas passaram a ser vistos com maior frequência após uma madeireira chamada Canales Tahuamanu obter uma licença de extração pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC) e se instalar na região. Em comunicado, a organização alertou para os riscos da aproximação de funcionários da empresa. 

"Essas imagens incríveis mostram que um grande número de Mashco Piro isolados vive sozinho a poucos quilômetros de onde os madeireiros estão trabalhando", disse a diretora da Survival International, Caroline Pearce.

A ONG, inclusive, pede em um abaixo-assinado que a madeireira perca a licença e deixe o território da tribo o mais rapidamente possível. Até o momento, o documento já possui 10 mil assinaturas. 

"A Canales Tahuamanu vem extraindo madeira de suas terras há anos. Ela construiu mais de 200 km de novas estradas desde 2016, colocando a sobrevivência dos Mashco Piro em sério risco: a destruição de sua floresta, encontros casuais com os madeireiros e a disseminação de doenças podem exterminá-los", diz um trecho do abaixo-assinado.

"A empresa, que usa a certificação como um selo de aprovação para suas operações, já está sob pressão de organizações indígenas no Peru para se retirar do território Mashco Piro. Perder a certificação será um sinal poderoso - para a empresa e o governo - de que a exploração madeireira nesta área deve parar", acrescenta. 


Tribo se refugia no Brasil

Os Mashco Piro também foram avistados do outro lado da fronteira, no Brasil, disse Rosa Padilha, do Conselho Indigenista Missionário da Conferência Episcopal Brasileira, no estado do Acre.

"Eles fogem dos madeireiros do lado peruano", disse Rosa. "Nessa época do ano, eles aparecem nas praias para pegar ovos de tracajá (tartaruga da Amazônia). É quando encontramos suas pegadas na areia. Eles deixam para trás muitos cascos de tartaruga", acrescentou.

Para a responsável, a área dos indígenas precisa ser respeitada pelas autoridades locais. "É um povo sem paz, inquieto porque está sempre em fuga", finalizou a brasileira. 

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique  aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!